Uma das marcas de chocolates mais conhecidas do Brasil, a Kopenhagen está conseguindo melhorar a logística interna e os processos de produção em sua fábrica de Extrema, no interior de Minas Gerais, ao adotar o sistema lean, filosofia de gestão inspirada no modelo Toyota, que vem sendo adotada por empresas de diversas áreas industriais, incluindo companhias do setor alimentício.
A Kopenhagen começou a adotar o sistema lean há cerca de dois anos. E mesmo com esse pouco tempo de mudança de gestão já obteve, por exemplo, uma diminuição de 80% no tempo gasto para receber embalagens. Antes da adoção lean, a empresa chegava a consumir até 58 horas nesse processo, desde a chegada das embalagens na fábrica até a disponibilidade dos materiais para a produção. Depois de uma reorganização desse fluxo logístico sob a ótica lean, a companhia conseguiu diminuir esse tempo para uma média 6,5 horas, o que gerou mais rapidez e produtividade.
A empresa também conseguiu, com o sistema lean, otimizar o estoque de uma de suas principais matérias-primas: o açúcar. Antes o estoque médio necessário desse produto para a linha de produção era de 40,74 toneladas, que caiu para 29,13 toneladas, uma diminuição de 28,49%, o que gerou melhor racionalização do estoque e, portanto, economia de custos.
Ricardo Rello Stransky Penna, gerente de Logística da Kopenhagen, explica que esses e outros ganhos ocorreram após a implementação de diversos conceitos e “ferramentas” do sistema lean, como rotas de abastecimento e o gerenciamento diário, entre outros. Na parte de logística, a empresa reformulou uma série de “pequenos” procedimentos que, embora não parecessem, geravam, juntos, significativos desperdícios de tempo. Por exemplo, a forma de armazenar as embalagens no depósito da companhia, reorganizadas agora conforme a semelhança e o uso em produtos similares.
Já na linha de produção, a empresa conseguiu diminuir a necessidade de estoque em processo ao utilizar um dos conceitos mais conhecidos do sistema lean, o kanban, expressão de origem japonesa que significa “cartão” ou “sinalização”, uma ferramenta que utiliza cartões num determinado processo produtivo para reorganizar e racionalizar o fluxo de materiais, por exemplo, de matérias-primas.
O gerente de Logística da Kopenhagen explica que a empresa decidiu por implementar o sistema lean após perceber que esse modelo de gestão é ideal para melhorar a produtividade sem causar transtornos ou mudanças bruscas na operação. “A mentalidade lean tem nos ajudado muito nisso, de uma forma organizada e continua”, destacou o executivo.
Segundo ele, embora esse processo já tenha gerado uma mudança na cultura da organização – principalmente com relação aos colaboradores com mais tempo de empresa -, já se tornou evidente que o sistema lean está aumentando a produtividades das pessoas dentro da companhia.
“Com o lean, nós hoje trabalhamos de forma mais organizada e com menos esforço. Estamos conseguindo gerenciar, cada vez mais, nossos trabalhos com padrões pré-definidos, sem desperdícios e retrabalhos desnecessários”, resumiu o gerente.
A Kopenhagen será uma das 50 grandes empresas que vão detalhar seus cases lean no “Lean Summit 2018”, maior encontro lean do Brasil, que vai ocorrer nos dias 5 e 6 de junho, no Expo Center Norte, em São Paulo.
Além da Kopenhagen, as empresas já confirmadas para o encontro são: Coca-Cola, Itaú, Nestlé, Embraer, Magazine Luiza, Sul América, Mercedes-Benz, Volvo, Cielo, Tigre, Mary Kay, Land Rover, Electrolux, Whirlpool, Michelin, CBA, Beiersdorf, Alcoa, Gerdau, CI&T, Andrade Gutierrez, Brasken, Flex, Ânima Educação, Grupo Fleury, GE Transportation, Saint-Gobain, Schulz, GSK, Instituto de Oncologia do Vale (IOV), Sabó, Zen, Advocate Health Care, Ageo, Cooper Standard, Derco, Elosaúde, GCABE, Johnson Controls, Liberty Seguros, Mahle, Marco Polo, Novo Nordisk, Orizon, Patrus, Supremo Secil Cimentos, Spiltag, Technip FMC e VL!
A Kopenhagen vai detalhar seu case lean na sessão “Otimize o abastecimento e ganhe espaço na produção com uma logística lean”, que vai detalhar experiências com implementação e sustentação de sistemas lean para movimentação de materiais, que geraram pleno fluxo produtivo e melhor produtividade nos postos de trabalho.
Nessa sessão, além do case da Kopenhagen, haverá a apresentação dos casos da Electrolux, com as palestras de Antonio Fortulan, gerente de Logística Inbound, e Bruno Correa, engenheiro de Processo. E também da empresa Novo Nordisk, com as falas de Christiane Lacerda, gerente de Logística e Almoxarifado, e de Eduardo Zumba, gerente de Almoxarifado.
O lema do Lean Summit deste ano é “Transformar o mundo resolvendo problemas”. Para Flávio Picchi, Presidente do Lean Institute Brasil, o objetivo do encontro é justamente ajudar empresas dos mais diversos setores a eliminar desperdícios e aumentar o valor agregado, para que tenham melhores condições de enfrentar as diversidades e serem efetivos agentes de mudança social. “Com lean, a tendência é termos companhias com gestão mais sustentável, e isso será cada vez mais fundamental, não só para as empresas, como também para a evolução da economia brasileira”, resumiu Picchi.
O Lean Summit 2018 é realizado pelo Lean Institute Brasil (ww.lean.org.br), entidade sem fins lucrativos, de São Paulo, que há 20 anos dissemina o sistema lean entre as empresas brasileiras. A entidade foi a segunda do tipo a surgir no mundo. A primeira foi a norte-americana (www.lean.org). Hoje, o instituto brasileiro é parte de uma rede de 28 institutos ou parceiros, distribuídos por dezenas de países, em cinco continentes (www.leanglobal.org).
Conheça o portal de anúncios Será que Tem?
