Bebês são encaminhados pelo HMU e iniciam a correção dos pés logo no primeiro mês de vida; método Ponseti, que utiliza gesso e ataduras, é utilizado na Policlínica
Na busca por oferecer melhores tratamentos, a Prefeitura de São Bernardo desenvolveu na Policlínica Centro um tratamento de pacientes com pé torto congênito, com padrão internacional. Esta deformidade está associada a um fator genético e é um dos problemas mais comuns na ortopedia pediátrica, afetando dois a cada 1000 recém-nascidos.
A alteração pode ser diagnosticada no ultrassom, a partir do segundo trimestre de gestação. Em São Bernardo, os bebês são acompanhados durante o pré-natal, no Hospital Municipal Universitário (HMU) e encaminhados para o acompanhamento na Policlínica, logo após o parto.
O tratamento é realizado por meio de mobilizações suaves dos pés e confecções seriadas com gesso, a fim de melhorar o posicionamento dos pés. Os membros são engessados e as ataduras trocadas ao longo das semanas. Apesar de parecer um tratamento simples, o método internacional Ponseti, é eficaz e diminui os índices de procedimentos cirúrgicos mais complexos no futuro.
“O método de Ponseti tem melhores resultados nesse tipo de deformidade. Conseguimos corrigir 95% dos casos. As chances de no futuro essa criança voltar a ter problemas nos pés é de apenas 2%. O pé torto é uma deformidade incapacitante e dolorosa quando não tratado. Antigamente, as pessoas eram submetidas a diversas cirurgias, desde pequenas. Eram vários procedimentos até conseguir a um bom resultado. Agora, evoluímos e conseguimos oferecer um tratamento menos invasivo e mais eficiente”, explicou Tatiana Guerschman, ortopedista pediátrica do ambulatório.
Técnica essa, que a Bruna Gomes, 28 anos e mãe do Pietro de dois meses, aprovou desde o primeiro dia. “Quando eu fiquei sabendo, tinha certeza que meu filho não iria andar. Mas, fui encaminhada para o ambulatório e iniciamos o tratamento. Hoje, já conseguimos notar diferença. Ele já trocou cinco vezes o gesso e seus pés estão ficando perfeitos. Estou muito satisfeita com esse tratamento” apontou Bruna.
Este ambulatório foi idealizado e inaugurado em junho do ano passado. Desde o lançamento, cerca de 20 crianças já realizaram tratamento. Em alguns casos, é necessário realizar uma tenotomia, procedimento cirúrgico para soltar o tendão, que é realizado no centro cirúrgico na própria unidade de saúde.
Também ortopedista pediátrica do ambulatório, Natasha Vogel Majewski Rodrigues salientou que todo esse tratamento necessita de apoio e compreensão dos pais e familiares. Após a fase dos gessos e da cirurgia, a criança terá que realizar acompanhamento até os 4 anos e usar uma órtese, para evitar os pés voltem a ter deformidades. Porém, todo esse esforço, acaba valendo a pena quando a criança dá os primeiros passos.
“Os pais chegam até esse ambulatório sem acreditar muito. Mas, após cinco semanas, eles já começam a ver os resultados. A nossa maior realização é ver a criança andando, sem ninguém saber que no passado, ele teve problemas de pé torto. Nesse espaço, nós transformamos a vidas dos pacientes. No passado, eles poderiam ser vistos como deficientes. Hoje, a realidade é bem diferente”, comentou Natasha.
Já Daiane Cristina dos Santos Leal, 29 anos, e mãe da pequena Letícia de um mês aproveitou a oportunidade para agradecer pela prefeitura e aos profissionais por oferecer um tratamento tão eficaz. “O meu coração de mãe agora está tranquilo, estou vendo a evolução da minha filha. Esse é um ambulatório que oferece um tratamento 100% gratuito e com resultados visíveis. Com a melhora e evolução da minha filha, seguimos em frente para continuar o tratamento”, comemorou Daiane.
Por: Gabriela Maria