Monitoramento de bactérias oportunistas em sistemas de água: por que fazer?

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Monitoramento de bactérias oportunistas em sistemas de água: por que fazer?
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Em ambientes hospitalares, a água é utilizada para diversas finalidades, tais como higiene, consumo, esterilização de materiais médicos, processos de diálise, preparo de mamadeiras e alimentos, entre outros. Além disso, são frequentados por pessoas imunocomprometidas (doentes crônicos, gestantes, recém nascidos, idosos) que estão mais suscetíveis a infecções hospitalares. Os estabelecimentos de saúde podem ter sistemas de água complexos com grandes volumes e pontos de estagnação de água que criam um ambiente adequado para o crescimento de microrganismos potencialmente patogênicos, como bactérias oportunistas, se não forem mantidos de maneira adequada.

No artigo desta semana vamos falar sobre:

O que são patógenos oportunistas?

São microrganismos que geralmente não causam doenças, mas em pessoas com imunidade baixa podem causar infecções graves.  Certas condições nos sistemas de água prediais como temperatura, pontos de estagnação e baixa concentração de cloro residual livre podem estimular o crescimento microbiano.

Abaixo, listamos algumas bactérias oportunistas que podem ser encontradas nos sistemas de água e os problemas relacionados a infecções hospitalares:

  • O gênero Mycobacterium é constituído por espécies do complexo M. tuberculosis e outras denominadas micobactérias não-tuberculosas (MNT). Segundo Winthrop et al., 2010, as MNTs podem ter várias cepas potencialmente patogênicas de micobactérias que causam  doença pulmonar crônica em cerca de 30.000 pessoas nos Estados Unidos anualmente.
  • A Pseudomonas aeruginosa é problemática como agente de infecção nosocomial (adquirida em hospital) em neonatos e em pacientes que sofreram queimaduras, causando cerca de 1.400 mortes a cada ano nos Estados Unidos, segundo Anaissie et al., 2002.
  •  A Legionella pneumophila é a espécie responsável por causar cerca de 90% dos casos da doença dos legionários e segundo os dados do CDC, cerca de 30% dos surtos de Legionella ocorrem em ambientes de saúde.

Bactérias oportunistas e dificuldades de monitoramento:

Como as bactérias oportunistas se estabelecem e crescem como parte da microbiota da água potável, elas não correspondem aos indicadores fecais, apresentando um desafio significativo às estratégias de monitoramento comuns.

Por exemplo, as bactérias do Gênero Legionella são relativamente inertes em muitos testes bioquímicos e precisam de meios de cultura específicos suplementado com L-cisteína e pirofosfato férrico para seu crescimento, o que as torna difíceis de isolar.

Programa de gestão da água e monitoramento de bactérias oportunistas:

Como os patógenos oportunistas violam o paradigma das bactérias indicadoras fecais tradicionais, precisamos avaliar novas estratégias para a sua detecção e monitoramento. Dessa forma, programas de gestão da água em hospitais, como o programa água segura da Microambiental, são uma forma importante de proteger pacientes, bem como funcionários e visitantes.

Imagem ilustrativa da complexidade de um sistema de água predial de um hospital – Imagem adaptada Centro de Controle e Prevenção de Doenças(CDC).
Imagem ilustrativa da complexidade de um sistema de água predial de um hospital – Imagem adaptada Centro de Controle e Prevenção de Doenças(CDC).

Abaixo listamos algumas medidas para ajudar no monitoramento desses microrganismos:

  • Fazer a descrição detalhada dos sistemas de água do edifício usando diagramas de fluxo e sua descrição por escrito e consultar um especialista em Avaliação de Risco em Sistemas de Água em Edificações para ter uma maior compreensão das condições que conduzem ao crescimento microbiano e assim criar uma plano de amostragem adequado;
  • Reavaliar seu escopo de análises de água: a maioria dos escopos padrões não englobam bactérias oportunistas como a LpneumophilaP. aeruginosa entre outras. Converse com um especialista e realize a atualização do seu escopo de análises de água se necessário;
  • Realizar um cronograma com análises mensais considerando pontos em que a água fica estagnada ou áreas com uso infrequente, bem como a suscetibilidade dos ocupantes aos riscos de exposição (por exemplo, unidades de terapia intensiva, neonatais e queimados). Além disso, é importante que o cronograma englobe o máximo de pontos críticos para serem analisados pelos menos dentro de um semestre;
  • Realizar o monitoramento da temperatura e dos níveis de cloro em sistemas de água fria e quente ajudam a identificar pontos suscetíveis à colonização microbiana. Por exemplo, o ponto mais quente em um sistema de água fria ou a parte mais fria de um sistema de água quente provavelmente representam o maior risco para o crescimento da Legionella.
  • Se identificar níveis instáveis de cloro aplique um sistema de dosagem automático de cloro para garantir o teor residual de 0,2 mg/L chegue em todos os pontos de consumo;
  • Realize a limpeza de caixa d’água e higienização de reservatórios na periodicidade recomendada para remover partículas e incrustações nas superfícies internas dos reservatórios. Caso não removidas, esses particulados e incrustações favorecem o desenvolvimento de microrganismos e biofilmes.

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A Microambiental é uma empresa com mais de 20 anos de experiência em controle microbiológico. Dispomos de soluções completas para identificar, combater e monitorar o desenvolvimento de biofilmes. A partir da combinação de serviços complementares, a Microambiental consegue montar programas que garantem a saúde dos sistemas de água.

Texto extraído de Microambiental.

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