Prefeitura apresenta projeto do novo Parque Campo de Marte

O espaço, localizado na Zona Norte, terá 400 mil m² e contará com pistas de corrida, ciclovia, campos de futebol e trilhas para caminhada

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A Prefeitura apresentou nesta terça-feira (24) o projeto do novo Parque Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo. Com cerca de 400 mil m², o parque será implantado em uma área do Aeroporto Campo de Marte objeto de acordo firmado entre a Prefeitura e o Governo Federal no mês de agosto.

“O projeto inicial envolve benefícios para todos. Eliminamos uma judicialização existente entre a Prefeitura e a União para a criação deste parque na Zona Norte, uma demanda que tem mais de 60 anos para a valorização e mais oportunidades de lazer e entretenimento para a grande população desta região da cidade, com a preservação do conjunto do Campo de Marte, respeitando todas as obras existentes de uso da Aeronáutica, sem nenhum prejuízo”, disse o prefeito João Doria.

O novo parque terá um conceito de parque temático, com um museu integrado, que permite sua utilização como expansão da área de exposição, além de maximizar os usos de entretenimento e lazer públicos.

“Este novo parque só se tornou possível graças à feliz conjugação de interesses entre a Prefeitura e o Governo Federal, com especial destaque ao Ministério da Defesa e à Aeronáutica. Ele possibilitará à população da cidade em geral, e à da Zona Norte em particular, o usufruto dessa grande área verde, de lazer e prática esportiva, além de um importante Museu Aeroespacial”, afirma a secretária municipal de Urbanismo e Licenciamento, Heloísa Proença.

A vasta vegetação do lugar passará por manejo de recuperação da Mata Atlântica, para que seja preservada. Serão instalados cerca de2.200 metrosde pistas de corrida e ciclovia, além de2.500 metrosde trilhas para caminhadas, com estações de ginástica. Nas clareiras existentes serão implantadas quadras esportivas, área para prática de esportes, atividades físicas e jogos informais.

Agregado ao parque haverá, ainda, um complexo esportivo com três campos de futebol e duas áreas para futebol society. O acesso principal ao local será amplo e contará com o plantio de espécies nativas, junto à um grande espaço de entrada. A edificação que sediará a administração do parque contará com sanitários e educação ambiental.

O Parque Campo de Marte será o quinto maior dentro do município. Os demais são o Anhanguera, na Zona Norte, o Ibirapuera, na Zona Sul, do Carmo e Vila do Rodeio, na Zona Leste.

Para a implantação do parque, que será concessionado, será lançado um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para ouvir da iniciativa privada propostas que visam a criação desta nova área verde da cidade. Também será lançado um PMI específico para o Museu Aeroespacial.

O arquiteto e paisagista Benedito Abbud criou as diretrizes do projeto, que respeitará a legislação e as normas do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio. Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

A definição do projeto está sendo acompanhada pela Secretaria de Urbanismo e Licenciamento, com a colaboração das pastas do Verde e Meio Ambiente,  Desestatização e Parcerias, além de Serviços e Obras.

Veja a apresentação do projeto inicial

Museu Aeroespacial
Um Museu Aeroespacial também fará parte do espaço, para o qual foi destinada uma área de 67 mil m². O museu estará conectado com a pista de decolagem do Campo de Marte através de uma pista de taxiamento, além de uma esplanada multiuso com 27 mil m² para estacionamento, pista de skate e outras atividades. Uma nova via coletora vai conferir acessibilidade a todo o complexo. Ela ficará aberta durante a semana e poderá ser interditada aos sábados e domingos para lazer. No período do carnaval, poderá abrigar carros alegóricos durante desfiles no Anhembi.

Histórico
O acordo entre as Forças Armadas e a Prefeitura é o primeiro avanço para colocar fim a uma disputa judicial que remonta à Revolução Constitucionalista de 1932. Essa “guerra” paulista – um movimento armado para derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas, convocando também uma Assembleia Nacional Constituinte – foi perdida pelos revolucionários. Os paulistanos não só perderam a batalha, como o primeiro aeroporto da cidade, inaugurado em 1929. O terreno foi incorporado pela União para a Aeronáutica. A área total é de mais de 2 milhões de m².

Em 1945, após o fim do governo Vargas, a Prefeitura iniciou a disputa para reaver o lote. Em 2003, o Tribunal Regional Federal deu ganho de causa à União e, em 2008, o Superior Tribunal de Justiça mudou o entendimento, devolvendo-o ao município. Em 2011, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu razão à Prefeitura, e a União recorreu. O processo tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), mas a possibilidade de um acordo amigável partiu do encontro entre o Ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o prefeito da capital paulista, João Doria.

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