Escola municipal de São Bernardo mantém projeto de sustentabilidade que contribui com aumento da frequência

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Entre os resultados alcançados está a redução no consumo de água e no descarte do lixo para a coleta pública

Tornar os alunos protagonistas e multiplicadores, capazes de atuar tanto na escola como na sua comunidade, transformando a realidade local. Este é o objetivo do projeto “Em busca de uma escola sustentável”, desenvolvido desde 2013 pela EMEB Annita Magrini Guedes, no bairro Baeta Neves. O projeto envolve cerca de 500 alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental e suas famílias.

A iniciativa tem a finalidade de propor a interação entre os conteúdos pedagógicos ensinados em sala de aula à prática, num espaço externo que conta com horta, viveiro de mudas, compostagem, cisterna, aquaponário, lago de carpas, meliponário, pomar, captação de óleo de cozinha e unidade de separação e destinação de resíduos sólidos, entre outros. Tudo foi pensado para funcionar como um laboratório e ferramenta no desenvolvimento do aprendizado. Além do ganho pedagógico, o projeto promoveu a diminuição do consumo de água e a redução drástica no descarte do lixo da escola para a coleta pública, uma vez que praticamente somente o lixo dos banheiros vai para a lixeira.

“A atividade tem o objetivo de valorizar o aprender por meio do ouvir e do colocar a mão na massa, tornando o aluno protagonista de sua aprendizagem. Assim, transformamos um espaço pouco usado para as práticas de sustentabilidade em um local atraente e educativo, tornando a escola mais atrativa aos alunos. Por meio desse projeto, aumentamos a frequência de 70% para 95%”, afirmou o diretor José David de Souza.

No espaço, há horta, divididos em cultivo de hortaliças, temperos e ervas, sendo cada professora e turma responsáveis pelo seu canteiro. Há viveiros nos quais os alunos são incentivados a produzir mudas a partir de sementes coletadas na própria escola. O espaço também conta com composteiras artesanais, que produzem adubos a partir de folhas das árvores e cascas de alimentos coletados na alimentação escolar. Recentemente foi doado uma máquina de compostagem acelerada que produz adubo a partir do alimento processado vindo da sobra da merenda e de dois restaurantes.

Também foi instalada uma cisterna com captação de água da chuva, que é usada na limpeza da escola e na rega das hortas. E um lago de carpas, que foi criado para ser um espaço de aprendizagem sobre a vida dos peixes, ligado a um aquaponário. Nesse espaço, se aprende técnicas de plantio diretamente na água, em caixas com argila expandida onde se dispensa a terra e a adubação e utilizam somente com água direta do lago, entre outras atividades.

Segundo David, o retorno das famílias é muito positivo. Há depoimento de pais que mostram que a abordagem da escola tem surtido efeito, pois as crianças exigem a introdução de práticas sustentáveis no dia a dia. A arquiteta Adriana Zago, de 43 anos, ficou reticente quando teve de tirar o filho Diego, de 10 anos, da escola particular. “No começo foi muito difícil, já que meu filho mais velho estuda num colégio tradicional da cidade. Mas, ao ver o desenvolvimento do Diego, vejo que a minha decisão foi correta. Para se ter uma ideia, ele está liderando uma comissão de moradores a fim de melhorar o jardim do condomínio, cujas plantas não estavam vingando. Ele tem orientados os jardineiros como cuidar do jardim”, disse.

A  escola  recebeu diversos prêmios como  1º lugar no Prêmio de Sustentabilidade Ambiental – Uso Racional da Água, em São Bernardo, em 2015. Em 2017, ganhou a medalha do mérito ambiental pela Câmara Municipal e o projeto foi homologado pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio do Portal Educares.

“Ter uma escola municipal como finalista neste chamamento mostra que estamos no caminho certo, que é seguir com o trabalho forte na Educação, que é uma das prioridades de nossa gestão”, afirmou o prefeito Orlando Morando.

Para a secretária de Educação, Suzana Dechechi, essa unidade é um exemplo a ser seguido. “Quando a escola é bem gerida, traz resultados importantes, especialmente para o aprendizado dos alunos. Esse tipo de projeto permite que a sala de aula se torne um lugar muito mais significativo para as crianças. Estamos investindo na formação de pessoas que encontrarão soluções muito mais sustentáveis no cuidado do meio ambiente”, finalizou.

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