Tartaruga atropelada ganha novo lar no Parque Escola

Animal, que havia sido abandonado no Parque Celso Daniel, teve o casco reconstruído e perdeu os movimentos de uma das patas

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A Escola de Educação Ambiental Parque Tangará – Parque Escola é o novo lar de uma tartaruga da espécie “tigre-d’agua”que foi atropelada em uma das ruas que circundam o Parque Celso Daniel, onde havia sido abandonada. Com o choque, o animal sofreu danos na coluna e por isso não está conseguindo movimentar uma das patas traseiras. Além disso, teve parte do casco muito danificado, o que levou o médico veterinário Marco Antonio Bastos da Silva a criar uma nova técnica para cobrir a parte do casco destruído. O animal ficou cinco dias internado.

A nova técnica, que Silva pretende transformar em publicação científica, consiste em usar um tipo de rede utilizado na aplicação de gesso em paredes (drywall) para unir as partes do casco que haviam sido separadas na pancada, e depois cobrir com resina usada por dentistas. O material é comumente utilizado na recuperação de cascos de tartaruga. “Normalmente uma lesão grande como essa pede o uso de parafusos ortopédicos para juntar as partes separadas do casco, o que é bem mais caro. Então tive a ideia de usar a rede de drywall, que acabou funcionando como uma bandagem que juntou as partes separadas. Foi necessária apenas uma camada pequena de resina”, explicou.

O veterinário está indicando vitamina B12 para ajudar a tartaruga a recuperar os movimentos. “Acredito que ela volte a mover a pata traseira e, se não voltar, há opção de colocar umas rodinhas na pata para que ela tenha mais facilidade de locomoção. Mas precisamos ver como ela reage”, explicou . Enquanto isso não acontece, ela está na quarentena da Escola de Educação Ambiental no Parque Escola, sendo medicada e em observação. Marco Antonio da Silva que é médico veterinário há cerca de 30 anos, atende muitos animais silvestres em sua clínica PiuPiu, e atendeu voluntariamente as tartarugas que habitam o espelho d’água do Parque Escola

“O problema com as tartarugas é que as pessoas compram ainda pequenas, mas elas vão crescendo, o aquário não comporta e o trabalho para cuidar aumenta. Aí as pessoas começam a se desfazer, deixando os animais nos parques. Isso é um problema muito sério”, reforçou o veterinário. O Parque Escola abriga hoje sete tartarugas abandonadas nos parques da cidade, e apenas um filhote que nasceu no Parque Escola. Recentemente três delas também passaram por tratamento médico, pois estavam com pneumonia.

“É muito importante ensinar as crianças a terem responsabilidade com os animais que são adotados. Bichos não podem ser adotados e de uma hora para outra serem dispensados. É uma responsabilidade para a vida toda”, disse a Gerente de Projetos da Escola de Educação Ambiental, Sílvia Morisco. Com as tartarugas do Parque Escola, os agentes ambientais vão poder abordar os problemas do tráfico irregular de animais silvestres, além de falar sobre a necessidade de preservação do meio ambiente, a importância do habitat natural para os animais entre diversos outros temas.

 

Texto: Paola Zanei

Foto: Alex Cavanha

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