Na semana em que se comemora o Dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil (3 de junho), o Hospital Municipal de Barueri (HMB) exemplifica e dá dicas de como cuidar da alimentação das crianças.
A alimentação tem início no aleitamento materno, que deve ser exclusivo até os seis meses. O leite humano é tão completo que, durante esse período, não há necessidade de oferecer nem mesmo água para o bebê, pois toda a nutrição necessária para sua saúde já está contida no leite.
“Às vezes, a mãe chega aqui no Hospital contando que o bebê, com menos de seis meses, já toma leite na mamadeira com farinhas industrializadas”, comenta a gerente de nutrição do HMB, Vanessa Barbosa, que alerta para a quantidade de açúcar presente nesse tipo de produto. “A obesidade infantil também é consequência dessas farinhas. Esses engrossantes não são necessários”, afirma Lia Lopes, pediatra do Hospital.
No HMB há incentivo ao aleitamento materno exclusivo tanto na alimentação das lactantes, que recebem um lanche adicional, em função dos requerimentos nutricionais aumentarem durante a fase de amamentação para produzir o leite, quanto na possibilidade de adquirir o leite materno por meio do Banco de Leite, para as mães que por algum motivo não podem amamentar o seu bebê. Além disso, todas as crianças internadas na unidade recebem uma dieta equilibrada, com cardápio desenvolvido por nutricionistas, respeitando as particularidades e hábitos de cada uma.
Também é preciso tomar cuidado com a introdução precoce do leite de vaca, pois, associado ao uso de engrossantes, pode contribuir para o ganho de peso inadequado, além de aumentar o risco de desenvolvimento de alergias e intolerâncias alimentares. O ideal é que, quando necessário, sejam introduzidas fórmulas infantis com orientação médica.
Após os seis meses, alguns alimentos já podem e devem ser oferecidos ao bebê, como frutas e legumes em consistência pastosa. “A introdução alimentar deve ser feita aos poucos, como, por exemplo, oferecer as papinhas de frutas, mas sem adição de açúcar”, explica Lia, que enfatiza sobre o vício que o açúcar pode desencadear. “Não adianta querer que uma criança de cinco anos coma verdura de repente, essa introdução tem que ser feita desde pequeno”, ressalta Vanessa.
Os dois primeiros anos são muito importantes para o desenvolvimento da criança, tanto físico quanto intelectual. Essa fase exige muita atenção dos pais, já que os hábitos adquiridos podem influenciar no paladar e no estilo de vida, por isso as crianças precisam de uma oferta grande de atividades e de bons alimentos. “O incentivo de hábitos saudáveis tem que partir da família, porque é nesse primeiro momento, observando na mesa, que a criança aprende a comer. A criança come o que os pais vão comer”, esclarece a nutricionista.
Criança gordinha não é sinônimo de saúde, pois a obesidade infantil, aliada à falta de exercícios, está diretamente ligada a doenças como diabetes, problemas cardiovasculares e hipertensão, que exigem tratamentos complexos e até mesmo, em casos mais graves, procedimentos cirúrgicos.