O prefeito de Mogi das Cruzes, Marcus Melo, participou, na manhã desta quinta-feira (28/09), da solenidade de reinauguração do Casarão do Carmo. O prédio, que faz parte do patrimônio histórico, cultural e arquitetônico da cidade, passou por obras de reforma e conservação, para seguir em condições de receber o público e suas atividades, com segurança e conforto.
“Devolver um prédio assim à população da cidade á algo muito gratificante, pois mostra que estamos firmes na meta de resgatar, manter e preservar a história da nossa cidade. Que esse prédio possa muito em breve estar repleto de crianças, jovens e idosos conhecendo e aprendendo mais sobre a história de Mogi”, destacou o prefeito.
Melo falou também sobre a realocação da Coordenadoria Municipal de Turismo, que agora passa a atender em duas salas do Casarão do Carmo, destacando que isso pode servir como uma importante ferramenta para alavancar o turismo local. “Mogi das Cruzes tem um grande potencial turístico e trazer o Turismo para um prédio como esse significa aproximar este segmento das escolas, da própria comunidade e também dos turistas e pessoas de outras cidades que venham conhecer Mogi. Isso certamente trará recursos para o município”, complementou.
O secretário municipal de Cultura e coordenador municipal de Turismo, Mateus Sartori, lembrou que esta foi uma obra minuciosa, que buscou resgatar e reproduzir com exatidão os materiais originais utilizados na construção do Casarão. Por isso, como justificou, foi um trabalho de quase dez meses de duração.
Sartori falou também que segue com a intenção de resgatar o antigo nome do museu, que antes se denominava Museu Mogiano. Para isso, fará um trabalho conjunto com a Secretaria de Governo, para a elaboração de uma minuta, que precisa ser aprovada na Câmara Municipal.
A presidente do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes (Comphap), Ana Sandim, também falou sobre a importância deste trabalho. “Isso é uma prova de como o município está valorizando e preservando sua história. Nosso tempo aqui é curto, mas este prédio vai ficar para as futuras gerações. É muito bom que, aos 457 anos da cidade, estamos conseguindo manter de pré prédios como este”, frisou.
Com investimento de R$ 115.703,80, as obras compreenderam revisão e manutenção geral do prédio, mais restauro de algumas estruturas, em respeito às suas características originais. Os trabalhos tiveram início em janeiro, foram executados pela empresa Topus Terra e acompanhados pelas Secretarias Municipais de Cultura e Obras.
Entre os serviços, foram feitos revisão e melhoria no telhado, para a retirada de vazamentos e infiltrações, revisão de calhas, rufos e condutores, revisão e reforma nas portas e janelas, tratamento e recomposição de forros, recomposição de rodapés, pintura geral e revisão nas instalações elétricas e hidráulicas. A obra também compreendeu a recuperação de algumas características originais do prédio, que acabaram modificadas com o passar dos anos, como o piso e as paredes.
No caso do piso, além de inteiramente lixado a mão, ele recebeu revestimento com cera de carnaúba, em substituição à cera sintética que durante muitos anos foi ali aplicada. Também foi feita a troca, conforme identificada a necessidade, de tábuas e barrotes de madeira. Já o caso da parede, foi feito um amplo trabalho de identificação e reprodução da composição da taipa, para que ela pudesse ser reparada em total respeito à sua técnica construtiva original.
O Casarão do Carmo seguirá abrigando o Museu Visconde de Mauá – o antigo Museu Mogiano, que guarda em seu acervo parte significativa da história do município, com destaque para a bandeira deixada por D. Pedro I em sua passagem por Mogi das Cruzes, logo após a Proclamação da Independência do Brasil. O museu agora ganhou novos itens em seu acervo, como a cruz e a escada pertencentes à antiga Igreja do Rosário.
A Coordenadoria Municipal de Turismo já passa, a partir de hoje, a atender nas duas primeiras salas à direita da entrada do Casarão do Carmo. Já os programas permanentes que costumavam ocorrer no Casarão do Carmo, como as reuniões do Terças Literárias e a Roda de Choro do Seu Julinho, terão a destinação que seus membros entenderem como mais interessante.
No caso da Roda de Choro, hoje mesmo ela já retorna ao Casarão do Carmo, porém não mais ao Espaço do Meio Clarice Jorge, uma vez que este espaço agora se tornou mais uma sala expositiva do Museu Histórico e Pedagógico Visconde de Mauá. Esse tipo de atividade agora acontecerá exclusivamente no auditório nos fundos do Casarão, que ficará a disposição para quaisquer outras atividades, como reuniões, encontros, fóruns, palestras e workshops.
A solenidade de reinauguração do Casarão do Carmo contou também com a presença do vice-prefeito, Juliano Abe, do secretário municipal de Obras, Walter Zago, além de outros secretários municipais e também vereadores.
O Casarão do Carmo é uma obra do século XIX, em estilo colonial, feito em taipa de mão e taipa de pilão. O prédio é tombado pelo Comphap (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Paisagístico) desde 2012. Foi erguido originalmente para servir de residência à importante família Bourroul.
A partir dos anos 30, passou a abrigar atividades culturais e comerciais, até que, na década de 80 foi desapropriado pela Prefeitura de Mogi da Cruzes. Desde então, tornou-se um espaço para atividades culturais de diversos segmentos. O prédio possui área construída (e tombada) de 381,18 m². Os anexos somam 192,72 m². Já o terreno tem área total de 798,20 m². (Lívia de Sá)