Drª Aishá Wenzinger explica que ainda há muitas dúvidas sobre a doença: a maioria das pessoas acredita que a demência é um processo natural da vida e não sabe como lidar na família
Estar saudável nada mais é do que manter um conjunto de ações que visem o fortalecimento corporal, a saúde mental e a independência
Com o aumento da expectativa de vida, envelhecer de forma saudável tem sido uma preocupação de muitos. O medo de tornar-se “um fardo” para os familiares ou não ser mais capaz de gerir a própria vida faz com que a maioria dos idosos procure o acompanhamento médico.
O conceito de saúde hoje pela OMS é “um estado completo de bem-estar físico, social e mental, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade. Com isso, “estar saudável” nada mais é do que manter um conjunto de ações que visem o fortalecimento corporal, a saúde mental e a independência. Para isso, o acompanhamento regular com o geriatra se torna essencial.
Uma questão muito recorrente é que maioria das pessoas não vê a demência como uma doença, mas, sim, como uma consequência normal do envelhecimento, de acordo com pesquisa divulgada pela Alzheimer’s Disease International (ADI) em 2020, uma federação de associações que trabalham na conscientização, no combate à doença e no apoio a pacientes e famílias. Segundo a ADI, isso é um exemplo de como é preciso oferecer esclarecimento sobre o Alzheimer.
Formada pela Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública (CRM BA 20473) e geriatra (RQE 19692) com formação pela Obras Sociais Irmã Dulce, atualmente trabalhando no Hospital Geriátrico das Obras Sociais de irmã Dulce, a médica geriatra residente na cidade de Salvador-BA e especialista na doença, Drª Aishá Wenzinger, explica que ainda existe um grande “estigma” sobre as pessoas com Alzheimer. Por exemplo, a ideia de que as pessoas que vivem com a doença são “um peso para a família”, ou para o sistema de saúde, que são pessoas “sem esperança” ou incapazes de falar por si mesmas.
Para reduzir esse estigma, as estratégias mais eficazes têm sido oferecer educação especializada sobre a demência; ter contato social com pessoas que vivem com demência; defender publicamente os direitos dessas pessoas e criar políticas públicas para essas pessoas, diz a Drª Aishá que também nos explica alguns dos principais sintomas para o diagnóstico da doença:
Quais os sinais da doença?
A perda de memória nos idosos faz parte do envelhecimento fisiológico. Nem todo problema de memória tem relação com Alzheimer. Especialistas explicam que é preciso diferenciar os tipos de alteração de memória e buscar ajuda médica assim que se perceber algo errado.
Existem três tipos de perda de memória:
Tipo 1: Não resgatar – à medida que a idade avança, o cérebro torna-se mais lento para a busca de informações na memória. Este tipo de queixa é muito comum em idosos. Essa queixa não sinaliza o início do Alzheimer.
Tipo 2: Não retomar – dificuldade para manter uma memória ‘pausada’ por curtos espaços de tempo, enquanto muda-se o foco da atenção. Também não é um tipo de perda de memória que esteja ligada ao início do Alzheimer.
Tipo 3: Não registrar – dificuldade para formar novas memórias. Esse tipo de perda deve ser investigado.
Sinais:
Dificuldade de memorizar coisas novas; repetir várias vezes a mesma pergunta ou história; sinais de desorientação (se perder na rua, metrô, ônibus); ter problemas para administrar o dinheiro; errar receitas que sempre soube fazer muito bem.
Fatores de risco:
A idade é o mais reconhecido fator de risco; a influência genética pode representar de 1% a 5% dos casos; o Alzheimer afeta mais as mulheres do que os homens; estilo de vida: hábitos como beber em excesso, fumar, dieta rica em gordura, estresse, sedentarismo podem ser ruins para a saúde em geral, especialmente a do cérebro.
Estudos mostram que a pessoa começa a dar sinais de Alzheimer de 10 a 15 anos antes do diagnóstico da doença. Apesar de não ter cura, o diagnóstico no início pode ajudar a retardar a progressão da doença. Por isso, é preciso ficar atento aos sinais.
Dicas essenciais para prevenção
A primeira dica é clássica: ter hábitos saudáveis. Boa alimentação e exercícios físicos ajudam a saúde como um todo. Uma alimentação rica em folhas verdes, por exemplo, pode retardar em quase dez anos a perda de memória. Já a atividade física aumenta a formação de um tipo de proteína que ajuda a fazer as conexões entre um neurônio e outro, aumentando a capacidade das conexões e, consequentemente, da memória.
A segunda dica é: manter o cérebro ativo. Uma pessoa que leu muito ao longo da vida, teve muitos amigos, teve uma vida ativa também na idade avançada, comeu bastante folhas verdes, não têm diabetes, depressão, tem grandes chances de ter uma memória boa e risco mais baixo de ter Alzheimer.
Caso tenha algum familiar que se encontre nesse quadro, o consultório da Drª Aishá Wenzinger poderá oferecer mais informações. Quanto antes buscar informações e tratamento, melhor será o desempenho do mesmo.
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