É possível afirmar que o bebê está com cólicas quando o mesmo apresenta um choro muito forte e contínuo, geralmente no início da noite. Se o bebê já está alimentado, com a fralda trocada, confortável, não sente calor ou frio e tem uma expressão de dor ou sofrimento, provavelmente o que ele está sentindo são cólicas.
É importante ter conhecimento sobre a diferença entre a cólica e o desconforto. Quando o bebê está gemendo e resmungando, geralmente é porque ele está com algum pequeno desconforto. A diferença é grande pois quando o bebê está com cólicas ele realmente irá chorar muito. Deste modo, quando o bebê se espreme ou faz força, não significa que ele está com cólicas. Essas situações são normais, principalmente nos bebês pequenos. Eles fazem força para evacuar e essas expressões não necessitam de nenhum manejo especial. Por isso, se o bebê se espreme muito, às vezes até ficando vermelho, não é preciso se preocupar.
Não existe nenhum exame que faça o diagnóstico de cólicas. Por isso, em caso de dúvidas é importante consultar com o pediatra. Entretanto, existem algumas medidas importantes para aliviar as cólicas dos bebês. O mais importante e efetivo é a tranquilidade da família. Apesar de pequeno, o bebê percebe o ambiente em sua volta, e quanto mais agitado estiver, mais difícil será para acalmá-lo e auxiliá-lo a amenizar a dor provocada pelas cólicas. Por isso, é essencial que a família busque apoio. Que cuide e ampare principalmente a mãe, procurando deixá-la sem sobrecarga de tarefas, pois os cuidados que ela precisa dar ao bebê já são bastante desgastantes.
Para os bebês que estão desconfortáveis e chorosos após alguns dias sem evacuar, com gases ou cólicas, é possível aplicar massagens abdominais, calor na barriga (usando um pano aquecido com um ferro), movimento de bicicleta com as pernas dos bebês (empurrando com delicadeza as pernas dos bebês contra a barriga). No caso de estar há alguns dias sem evacuar, estímulos retais podem ser feitos para amenizar as dores (utilizando um cotonete com óleo de bebê em uma das bases e, com muito cuidado e delicadeza, inserindo a parte com o algodão no ânus do bebê, realizando suaves movimentos circulares. Normalmente ele irá fazer cocô logo depois disso).
Apesar de não haver comprovação da relação da dieta da mãe com as cólicas, pode-se tentar mudar a dieta da mãe que amamenta para tentar diminuí-las. Suplementação com lactobacillus e medicamentos podem ser indicados em algumas situações, sendo necessário procurar o pediatra para verificar se essa é uma alternativa para o caso.
Dr. Marcelo Saldanha
Pediatra – CREMERS 21004
* O pediatra Marcelo de Oliveira Saldanha é formado pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Especialista em Pediatria e Intensivista Pediátrico. Possui vasta experiência em atendimento em consultório, puericultura, internação hospitalar, UTI pediátrica e neonatal e gestão assistencial.
Conheça o portal de anúncios Será que Tem?