O investimento em logística e tecnologia são as novas estratégias das grandes varejistas brasileiras para fazer frente à chegada da americana Amazon no país – em outubro, ela passou a vender eletroeletrônicos no Brasil.
As companhias nacionais já haviam reforçado suas linhas de produtos nos mostruários virtuais e aumentado o número de parceiros em seus marketplaces – aquelas áreas destinadas à oferta de produtos de terceiros – agora, no entanto, a Magazine Luiza, por exemplo, anunciou que vai investir mais de R$ 1,1 bilhão em um processo tratado internamente de “transformação digital”. De acordo com o portal O Globo, esse recurso faz parte da captação com a emissão de ações realizada pela empresa no último mês de setembro, na qual levantou R$ 1,5 bilhão, reporta o empresário do ramo do varejo, Rodrigo Terpins.
Para o presidente da rede Magazine Luiza, Frederico Trajano, o e-commerce, que já representa 30% das vendas, é fundamental para a estratégia de buscar margens maiores. “Com o avanço das vendas e a recuperação do mercado, temos o poder de diluir consideravelmente as nossas despesas e aumentar os ganhos”, salientou Trajano.
O Mercado Livre – empresa argentina que atua basicamente como marketplace – também está aumentando os seus investimentos em logística, ressalta Rodrigo Terpins. O diretor operacional da companhia, Stelleo Tolda, chamou a atenção para o recente lançamento feito pelo empreendimento – um serviço que inclui armazenamento, embalagem, gestão de entrega e pós-venda de produtos das varejistas que atuam em sua plataforma. Segundo Tolda, a ideia é diminuir em um dia o tempo de entrega. “Para São Paulo, conseguiremos entregar os produtos no mesmo dia. E para outras localidades do país, em até 24 horas”.
Rodrigo Terpins destaca que essa nova logística será realizada a partir do centro de distribuição do Mercado Livre – que fica em Louveira, no interior paulista. Vale salientar que quando se trata de números, o Mercado Livre abriga cerca de 372 mil lojas virtuais. Ainda, se as pessoas físicas que vendem produtos na plataforma forem consideradas, o total chega a nove milhões.
A Via Varejo – braço do Grupo Pão de Açúcar que reúne as redes Ponto Frio e Casas Bahia – por sua vez, informou, no seu balanço no final de outubro, que manterá investimentos para, até o final de 2018, tornar-se um one-stop- (balcão único) dos seus parceiros.
O avanço do marketplace
Na B2W – empresa de comércio eletrônico – os investimentos na plataforma digital têm crescido nos últimos cinco anos e, da mesma forma, o número de parceiros e fornecedores, reporta o empresário do ramo varejista, Rodrigo Terpins. “De janeiro a setembro, informa a empresa no seu balanço do terceiro trimestre, os investimentos se concentraram no crescimento do marketplace, o que resultou em um aumento na base de ‘empresas parceiras’ hospedadas em sua plataforma: de seis mil sellers, em junho de 2017, para mais de 7.800 em setembro”, escreveu o portal O Globo.
Rodrigo Terpins explica que, em termos de venda, trata-se de um crescimento que respondeu por 36% dos volumes comercializados no terceiro trimestre de 2017 – movimentando R$ 1,14 bilhão. Ainda, em 2018, ele deve passar a responder por mais de 50%.
Conforme o consultor de varejo e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Juedir Teixeira, o fato de o segmento de marketplace ter crescido muito no Brasil nos últimos anos tornou o mercado brasileiro atraente para as gigantes mundiais – como é o caso da Amazon. Sendo assim, o professor alerta – para as empresas locais competirem, é necessário que elas reforcem suas bases tecnológica e de logística.
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