Os principais efeitos gerados pela Black Friday no Brasil

O evento já se consolidou no calendário nacional e tem acumulado faturamentos elevados, ano após ano. Entenda a expectativa do mercado para a próxima Black Friday

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No país, a Black Friday já alcançou o status de protagonista entre as principais datas do calendário varejista. Uma trajetória inicialmente conturbada — que cunhou em apelidos pouco elogiosos do consumidor, como “Black Fraude” —, iniciada em 2011, mas que tem batidos recordes consecutivos no faturamento de e-commerces e de lojas físicas.

Só em 2017, o e-commerce nacional acumulou o total de vendas de R$ 2,1 bilhões, superando em 10,3% as vendas do ano anterior, de R$ 1,9 bilhão. O mesmo vale para o número de pedidos: de 3,3 milhões para 3,76 milhões, registrando uma alta de 14% no período.

Sinal de que o mercado absorveu boa parte das críticas geradas, nos últimos anos, e tem construído uma relação maior de confiança com o consumidor. A Cuponomia realizou uma pesquisa com usuários que já realizaram compras on-line e descobriu que 93% deles pretendiam adquirir algo na edição de 2017 da Black Friday, e até mesmo antecipar as compras de final de ano.

Os efeitos da Black Friday no consumidor brasileiro

O caminho para uma relação transparente e confiável, no entanto, ainda é longo. Um estudo conduzido por Marcos Angeli, Flávia Ghisi e Alberto Guerra, de instituições como a FGV, FIA e FEA, destaca que 74% dos mais de 700 consumidores consultados ainda desconfiam das promoções divulgadas durante a Black Friday. Para eles, muitas das ofertas possuem os seus preços mascarados, o que não agrega uma vantagem real de compra.

É verdade, no entanto, que a Black Friday ajudou a moldar o comportamento dos usuários on-line. Desde a sua primeira edição nacional, ocorrida em 2011, podemos observar uma discrepância significativa nesse sentido com os últimos dados registrados sobre o evento.

De acordo com dados do Connected Life, um estudo que diagnostica o comportamento de milhares de consumidores em 50 países, o Brasil está acima da média global. Isso porque 88% das pessoas entrevistadas disseram pesquisar antes de fazer as suas compras on-line. Como efeito comparativo, ao redor do mundo a média gira em torno de 84% dos compradores.

A desconfiança do público tem sido contornada, então, por novos hábitos que têm ajudado a garimpar ofertas reais, com verdadeiras vantagens para o público varejista.

Isso se percebe no exponencial e gradativo aumento de vendas no período — apenas 22% de vendas on-line, em 2012, ante o registro de 64% na edição de 2015 da Black Friday. E também no volume de buscas antes da realização de uma compra: três em cada quatro consumidores pesquisaram e compararam preços antes de adquirir um produto pela internet.

Uma resposta positiva para o mercado
O faturamento aumentou, mas o ticket médio caiu 3,1% na última edição da Black Friday. Foi de R$ 580 para R$ 562, mas sem motivo aparente para alarde no mercado. O CEO da Ebit, Pedro Guasti, reflete que a questão já era esperada pelo mercado: “Para atrair o consumidor, os varejistas fizeram ações promocionais mais agressivas nas categorias de maior valor agregado, que são as mais consumidas no e-commerce e isso refletiu no gasto médio”, afirma.

Guasti faz questão de valorizar, por sua vez, que o número de pedidos é um diferencial a ser celebrado na última Black Friday. “Ao contrário das duas últimas edições, que foram pautadas pelo crescimento no tíquete médio, neste ano o grande vetor do crescimento foi no número de pedidos. Lojistas de todos os segmentos ofereceram produtos com descontos reais e isso atraiu o consumidor”, destacou.

Entre os setores mais relevantes para o varejista em volume de vendas, o de eletrodomésticos sai na frente, com 16% do total, enquanto o segmento de moda e acessórios corresponde a 12% do total. Ainda completam a lista os setores de telefonia/celulares (12%), perfumaria e cosméticos/saúde (10%) e de casa e decoração (9%).

Também em ascendência está a Black Friday pet shop. Só a Petz — uma das líderes do mercado — registrou, em 2017, os seguintes resultados:

● 150 mil litros de xixi absorvidos;
● 75 toneladas de ração;
● 36 mil litros de xampu;
● 300 anos de proteção contra pulgas.

Entre as pesquisas mais realizadas pelo usuário, destacam-se as 850 mil buscas por produtos de higiene para cachorros (ante ao volume de 644 mil pesquisas para produtos da mesma categoria para gatos). Enquanto isso, o maior volume de vendas ocorreu com tapetes higiênicos, antipulgas e rações.

Em 2017, essa Black Friday para pet shop promovida pela Petz promoveu ofertas com até 40% de desconto para o mercado virtual. E, como o volume tem apontado para um crescimento gradual na confiança e no investimento do consumidor, existem grandes expectativas para a Black Friday deste ano, embora exista uma discussão sobre a melhor data para que isso ocorra.

Tradicionalmente realizada na última sexta-feira de novembro, este ano o mercado tem semobilizado para transferir a Black Friday para o mês de setembro — evitando, assim, que o volume de vendas do Natal seja prejudicado com a proximidade da data varejista. Não há ainda, entretanto, um consenso quanto a isso.

Website: https://www.gearseo.com.br/

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