Indústrias de café solúvel do Brasil buscam recuperar exportações em 2018

Com escassez de conilon no País, embarques de 2017 retornaram aos níveis de 2014

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As exportações de café solúvel em 2017 diminuíram 9.468 toneladas, equivalentes a 410.366 sacas de 60 kg, uma perda de 11% em relação a 2016 e 2% na comparação com 2015. Foram exportadas 79.932 toneladas (3.464.239 de sacas) do produto, tendo como destino 106 países. Com esse desempenho, o Brasil perdeu o que havia conquistado nos dois anos anteriores, voltando a idêntico volume exportado em 2014.

O desempenho menor em 2017, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), foi fruto da crise de abastecimento de café conilon, ocorrida entre agosto de 2016 e abril de 2017, em consequência da seca no maior Estado produtor de robusta do País, o Espirito Santo.

Como as vendas externas das indústrias de solúvel acontecem com antecedência de 6 a 12 meses, a falta de matéria prima naquele período, associada à insegurança quanto à safra futura e aos preços internos muito acima do mercado internacional, impactou diretamente a perda de contratos de fornecimentos, cujo resultado se concretizou em 2017.

A receita obtida com as exportações no ano passado foi 6% superior em relação a 2016 e 10% frente a 2015, mas não significou maior rentabilidade às indústrias. Os preços internacionais do solúvel foram maiores, mas o valor do conilon brasileiro foi muito superior ao dos países produtores concorrentes, o que dificultou os negócios e as vendas foram realizadas com valores abaixo do mercado internacional, exatamente pelo fato de as indústrias tentarem evitar perdas de clientes tradicionais de longo relacionamento com o Brasil.

Dos vinte maiores destinos do café solúvel nacional, que representaram 80% da receita total de 2017, houve diminuição no volume exportado para 13 deles. Apesar dos esforços brasileiros para a manutenção de clientes, ocorreu perda de contratos de fornecimento para indústrias concorrentes da Ásia, que reduziram as exportações do Brasil para países asiáticos como: i) Cingapura (-44%); ii) Malásia (-39%); e iii) Coreia do Sul (-16%).

A penetração das indústrias asiáticas também reduziu as exportações brasileiras de café solúvel para outras nações, como Ucrânia (-59%), Alemanha (-25%), Sérvia (-17%), Turquia (-13%) e Arábia Saudita (-11%).

O Vietnã, com sua agressiva estratégia comercial de conquista de novos mercados para seu café solúvel, foi o destaque de crescimento em volume, com evolução de 1.870% em relação a 2016.

Adquirindo do Brasil, os vietnamitas impõem tarifa de importação de 30% como imposto para a entrada do produto em seu país, no entanto, como irão reexportá-lo, aplicam o regime de “drawback”, o que dá isenção de impostos de importação, uma vez que o produto brasileiro será “blendado” ou embalado para ser exportado a outros mercados internacionais.

Além do Vietnã, os destaques de aumento das exportações foram Reino Unido (+25%), Polônia (+13%) e Indonésia (+13%).

Os gráficos e planilhas, o posicionamento e as informações da Abics a respeito do projeto setorial “Brazilian Instant Coffee” e do peso da tarifação sobre o setor estão disponíveis no Relatório do Café Solúvel do Brasil – Abril 2018, que pode ser acessado, na íntegra, em http://www.abics.com.br/relatorio-do-cafe-soluvel-do-brasil-abril-de-2018/.

Website: http://abics.com.br

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