Estabilidade do real e reaquecimento econômico impulsionam fusões e aquisições

Os dados comprovam a tendência de melhora gradual da economia, o que gera oportunidades em diversos setores, como infraestrutura, educação e tecnologia.

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As quedas das operações de fusões e aquisições no país não representam uma tendência. Pelo contrário, a perspectiva é de aumento deste tipo de operação, com o capital estrangeiro de olho na recuperação da economia. “A maior estabilidade do real frente ao dólar e o reaquecimento econômico, com a melhora dos números atraem os estrangeiros”, afirma o especialista em M&A David John Denton, diretor da Okto Finance.
Ele explica que, o mercado como um todo exibe dados pouco confiáveis, pois não há transparência e muitas operações deixam de ser contabilizadas. Por esse motivo algumas pesquisas já apontam aumento das operações, enquanto outras destacam recuo.

Entre janeiro de 2016 e setembro de 2017, o risco soberano, medido pelo Embi, caiu mais de 50%, o IPCA tem demonstrado que a inflação está controlada, houve a reversão da queda do PIB para uma leve alta, os dados de produção industrial também registram melhora e o saldo da balança comercial aumentou. De acordo com Denton, diante deste quadro, há uma crescente procura pelo Brasil, o que levará os investimentos diretos a crescer. “Temos recebido muitos telefonemas de fundos e investidores que querem comprar ativos no Brasil. Há uma forte mudança. Logo após o impeachment, tivemos muitas desistências, agora o interesse tem aumentado”, diz.

Os dados comprovam a tendência de melhora gradual da economia, o que gera oportunidades em diversos setores, como infraestrutura, educação e tecnologia. O primeiro setor é o predileto dos investidores chineses, que intensificaram as compras no Brasil. Somente nos sete primeiros meses do ano, os chineses aportaram quase US$ 9 bilhões no segmento de infraestrutura brasileiro, aponta estudo da consultoria britânica Dealogic.

No caso da educação, o interesse está relacionado mais ao ensino primário e médio do que ao superior. “O interesse é pontual. Ainda se espera um posicionamento sobre o futuro do ensino superior, dado que o Cade não aprovou a fusão das duas maiores gigantes. Ao mesmo tempo, a expectativa é de crescimento da renda da população e, quando há uma melhora da renda, as famílias investem em educação. Este é um segmento que acompanha a retomada da economia e tem pouca ingerência do governo”, destaca Denton. Do lado negativo, ele lembra que ainda há uma desconfiança sobre o futuro político no Brasil. Por este motivo, os investidores evitam olhar para empresas que tem parte considerável do faturamento atrelado ao governo, seja municipal, estadual ou federal.

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