Dicas para gerar oportunidades de renda e de novos negócios em tempos de crise

Ferramentas que ajudam a encontrar alternativas para quem está fora do mercado formal de trabalho e quer aproveitar a oportunidade para virar um profissional autônomo ou montar seu próprio negócio

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Segundo dados divulgados em janeiro de 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 12,7 milhões de pessoas estão desempregadas no país. A mesma pesquisa constatou um crescimento do trabalho informal, mais de 1,8 milhões de pessoas se comparado a janeiro do ano passado.

A combinação do alto índice de desemprego com o crescimento do trabalho informal aponta que a população está buscando alternativas para driblar a crise “trabalhando por conta própria”, enquanto não consegue se recolocar no mercado.

Um estudo organizado pela Serasa Experian reforça ainda mais esta tendência. O indicador registrou a abertura de 210.135 novas empresas constituídas no primeiro mês deste ano, sendo que 87% desse total, 180.146 empresas, corresponde a microempreendedores individuais (MEIs). Um recorde de MEIs desde o início da apuração em 2010.

A dificuldade de reinserção no mercado de trabalho formal tem levado muitos brasileiros a se arriscarem no empreendedorismo, mas nem sempre as pessoas sabem ao certo onde encontrar ideias para gerar renda e qual é a melhor oportunidade para transformar em negócio próprio.

Júlio Monteiro Teixeira, doutor em Engenharia de Produção e autor do livro “Gestão Visual de Projetos: utilizando a informação para inovar”, recomenda a utilização de ferramentas visuais que facilitem a visualização de cenários para ajudar a organizar melhor as ideais, tornando a situação mais clara para identificar as reais oportunidades de negócio. Veja a seguir:

– Faça uma lista de habilidades e competências versus área de atuação. Mapeie visualmente (em uma folha de papel, lousa ou painel) suas habilidades, competências e vocações para verificar se elas são condizentes com as aptidões necessárias para conduzir o negócio que você deseja oferecer. É importante pensar nos detalhes mais variados que envolvam a dinâmica do trabalho no dia a dia.
Vale ressaltar que os pensamentos e insights podem ser descritos com canetas coloridas ou fixados em notas adesivas que podem ser trocadas, reordenadas e rabiscadas.

– Após identificar o ramo de atuação que mais se encaixe com você, faça uma discussão inicial quanto às pretensões em relação ao negócio. Trace um levantamento, com análise de dados e definição de objetivos. Você pode utilizar infográficos, mapas mentais, entre outras técnicas de gestão visual de projeto.

– Abordar aspectos relacionados ao público: que tipo de público pode precisar disso? Idealizando pessoas reais e únicas (não com números, imagine pessoas reais), com histórias reais de vida que representariam bem o estereótipo desse público. Depois descreva quais as demandas, dores e ganhos as pessoas idealizadas podem ter em relação ao que você tem a ofertar.
Você consegue visualizar uma lacuna entre o que as pessoas precisam e o que é ofertado atualmente? Se sim, verifique se há possibilidades de entregar algum produto ou serviço para aumentar os ganhos e aliviar as “dores” das pessoas e empresas que identificou nos tópicos anteriores.
Responda perguntas-chave, como: Por que as pessoas precisam disso? Existe uma razão para elas pagarem por isso?

– Calcule os riscos. Identifique as potencialidades e fragilidades do empreendimento colocando isso no papel (um simples quadro dividido entre riscos e benefícios já pode ajudar muito). Depois, faça a análise de cenários, formulação de hipóteses de solução: “e se eu fizesse de tal forma (…)”; “e se acontecer isso (…)”, por fim, tente validar a ideia por meio de protótipos e testes.

Júlio Teixeira indica ainda utilizar um modelo conhecido no mercado para validação do seu negócio, o Business Model Canvas (BMC), que é uma ferramenta de gestão estratégica que permite de forma planificada e visual descrever, avaliar, projetar, inovar e criar modelos de negócio. O BMC, por meio da visualização em um único plano ou quadro, torna mais fácil perceber as relações entre nove blocos que são entendidos como elementos-chave de modelos de negócio, são eles: Proposta de Valor; Seguimentos de Clientes; Relacionamento com Clientes; Canais; Fontes de Receita; Atividades-Chave; Principais Recursos; Principais Parceiros; e Estruturas de Cursos.

Conhecer bem o processo permite avaliar melhor o tempo, os recursos e as tecnologias necessárias para desenvolver um projeto. Partindo da premissa que a informação e a sua compreensão são fundamentais para qualquer organização, os processos devem ser fáceis de serem compreendidos e utilizados. É como diz o estudo de Krippendorf: “as coisas devem ter forma para serem vistas, mas devem fazer sentido para serem entendidas e usadas”. A interação ocorre quando essas informações são captadas e processadas, gerando decisões que serão transformadas em ações para criar seu próprio negócio com menor risco.

E segundo Júlio, você não precisa tomar todas as decisões sozinho, o especialista aconselha que você discuta os resultados com alguém que julga corajoso e visionário, mas que ao mesmo tempo tenha “os pés no chão”.

Website: http://www.juliomontex.com.br/

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