O prefeito João Doria anunciou na segunda-feira (2) acordo com um grupo inter-religioso, composto por representantes de comunidades judaicas, islâmicas, evangélicas e protestantes, para tratar de iniciativas conjuntas no atendimento aos 300 imigrantes venezuelanos que chegarão a São Paulo nos próximos dias. A ação também contará com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Os refugiados políticos se encontram em Roraima, onde estão recebendo vacinas contra a febre amarela e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), antes de se deslocarem para a capital paulista.
Quando chegarem a São Paulo, serão acolhidos em dois dos 17 Centros Temporários de Acolhimento (CTAs), destinados especialmente para recebê-los: o CTA São Mateus, na Zona Leste, para onde serão encaminhadas 182 pessoas; e o CTA Santo Amaro, na Zona Sul, que acomodará 118 venezuelanos.
“Além de acolhimento, os imigrantes receberão capacitação profissional. Conseguimos o apoio de uma empresa de contact center, que precisa de pessoas que falem espanhol. Serão treinados e terão oportunidade de trabalho”, afirmou o prefeito João Doria.
As comunidades religiosas também doarão roupas, cadernos e outros artigos para os venezuelanos. “Eles receberão esses itens, além dos que serão oferecidos pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. Queremos ampará-los da melhor forma possível”, afirmou o secretário Filipe Sabará.
De acordo com Eloísa Arruda, secretária de Direitos Humanos e Cidadania, os refugiados chegarão em etapas: “Receberemos três grupos de cem pessoas. O primeiro chegará no próximo dia 5, o segundo depois de 20 ou 30 dias e a terceira turma, na sequência. Todos receberão acolhimento adequado”, enfatizou.
Nos CTAs os estrangeiros poderão tomar banho, ter acesso a refeições (café da manhã, almoço e jantar), receber atendimento social, encaminhamento para outras políticas públicas para regularização da documentação e saúde, além de aulas de português, atividades de lazer e cultura.
Centro de Referência
Os imigrantes que chegam à capital também podem ser atendidos em mais de sete idiomas (português, espanhol, francês, inglês, árabe, crioule, suahili, lingala, entre outros) no Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (CRAI), administrado pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDH).
O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na Rua Japurá, 212 – ofertando orientação para regularização migratória, assessoria jurídica (em parceria com a Defensoria Pública da União, encaminhamentos para serviços públicos especializados nas áreas de trabalho, assistência social, saúde, moradia e educação. A equipe também atende vítimas de violações em direitos humanos, em especial de trabalho análogo à escravidão.
A pasta também conta com o projeto Portas Abertas: Português para Imigrantes – onde são oferecidos cursos em escolas municipais estruturados em módulos, com material didático próprio e aberto para imigrantes de todas as nacionalidades.