Com o intuito de garantir os direitos da população em situação de rua e ofertar atendimento qualificado, a partir de maio Santos realizará novo levantamento (censo) que dará o número e o perfil das pessoas nesta condição.
Além do novo recenseamento, aumentará de cinco para seis do número de equipes que fazem o serviço de abordagem social, o que ampliará as chances de convencimento para que cada pessoa em situação de rua aceite atendimento. “Essas equipes percorrem a Cidade e desenvolvem um trabalho constante de monitoramento, busca e convencimento individual, para que cada pessoa em situação de rua abordada aceite o acesso à rede de proteção social que temos a oferecer”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Social, Flávio Ramirez Jordão. Este aumento das equipes está previsto para acontecer no mês de abril.
Com relação ao novo censo, segundo Flávio, o trabalho será desenvolvido em parceria com universidades da Cidade, portanto, sem custos para a Prefeitura. “A meta é informatizar e tornar público os dados levantados para basear o trabalho de assistência social e das outras políticas e obtermos uma perspectiva real da situação social da Cidade”.
O último levantamento foi realizado em 2013 e apontou 591 pessoas em situação de rua e 206 acolhidas nas instituições municipais. Desse total, 84% eram dependentes químicas, o que desperta a atenção para a necessidade de uma intervenção intersetorial.
INTEGRAÇÃO
A integração entre as secretarias municipais e a definição do papel de cada uma no enfrentamento e criação de respostas para essa questão serão desenvolvidas em prol da garantia de direitos das pessoas em situação de rua. Cada uma (Desenvolvimento Social, Saúde, Segurança, Meio Ambiente, Serviços Públicos, Finanças e Companhia de Engenharia de Tráfego, CET) apresentará propostas para ampliação das ações que já vêm sendo realizadas. “As ações promovidas pelos dois Consultórios na Rua (Saúde) serão ampliadas”, antecipou o secretário.
A Guarda Civil Municipal também terá ações mais efetivas. Serão efetuadas campanhas em relação à exploração do trabalho precarizado e informal. Uma das medidas será o levantamento do perfil dos carrinheiros, articulado à campanha para ampliar a fiscalização de descarte indevido de materiais em vias públicas. “Este descarte irregular favorece a permanência dessas pessoas nas ruas, já que, desse lixo elas retiram objetos que são vendidos, o que cria um incentivo a mais para que essas pessoas continuem nas ruas”.
SERVIÇOS
Atualmente, para quem decide sair das ruas a Prefeitura oferece várias oportunidades, inclusive de qualificação profissional e recolocação no mercado de trabalho, principalmente através da Coordenadoria de Desenvolvimento Social da secretaria (Codeso). É ofertado também o retorno ao convívio familiar e comunitário para as cidades de origens, através do recâmbio qualificado realizado pelo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop).
A Secretaria de Desenvolvimento Social oferta o acesso a rede de proteção social através do Serviço Especializado em Abordagem Social e tabém do Centro Pop. O atendimento socioassistencial também é efetuado nos diferentes serviços de acolhimento, como a Seacolhe-AIF e a Seabrigo-AIF, além das instituições conveniadas Albergue Noturno e Casa das Anas.
Entre outubro de 2016 e outubro de 2017, a equipe de abordagem realizou 12.718 atendimentos a 7.364 pessoas. No mesmo período, o Centro Pop efetuou 7.324 atendimentos para 2.612 pessoas. Já a Seacolhe-AIF e o Seabrigo-AIF juntos, acolheram 1.437 pessoas, além dos acolhimentos efetuados pela rede conveniada.
Foto: Francisco Arrais