Embora Guarulhos não tenha registrado casos de Leishmaniose Visceral, a cidade promove na próxima segunda-feira, dia 11, um simpósio para tratar sobre o cenário, diagnóstico e manejo da doença, uma vez que no Brasil são diagnosticados em média três mil casos por ano em humanos. O evento, que será realizado das 8h30 às 14h30, no auditório da Secretaria de Educação (rua Claudino Barbosa nº 313 – Macedo), é voltado aos profissionais de saúde de forma geral, especialmente, a médicos e veterinários.
O objetivo é alertá-los para que fiquem atentos aos sintomas da doença, que pode afetar tanto cães como o homem. Já estão inscritas para o simpósio 150 pessoas de várias cidades da Grande São Paulo e do interior, como Jarinu, Hortolândia, Jaguariúna, Espírito Santo do Pinhal, Santana do Paranaíba, Embú das Artes, Mogi das Cruzes, Pirapora do Bom Jesus, Itaquaquecetuba, além da Capital e distritos como Campo Limpo, Itaquera, Freguesia do Ó e Mandaqui.
Também estarão representados no evento o Conselho Regional de Medicina Veterinária de SP e a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen). A Leishmaniose é uma zoonose causada por um protozoário. No ambiente urbano, os cães são a principal fonte de infecção para o vetor. A doença é transmitida pela picada de mosquitos flebótomos fêmeas (Lutzomyia sp.), mais conhecido como mosquito-palha, que se alimenta de sangue para produzir seus ovos.
Pequenos e capazes de passar pela malha de muitos mosquiteiros e telas, esses flebótomos são encontrados em lugares úmidos, sombreados e com acúmulo de material orgânico, principalmente fezes de animais e frutos de árvores depositados no solo. Por meio de sua picada, o protozoário entra na pele e se dissemina pelos órgãos, podendo atingir a medula óssea, baço e linfonodos. Em humanos, os principais sintomas da doença são febre persistente, aumento do volume do baço e emagrecimento.
Já em cães, observa-se especialmente queda de pelos; lesões na pele com crosta; úlcera no focinho, ao redor dos olhos e nas orelhas; de emagrecimento corporal e crescimento exagerado das unhas. De acordo com o médico veterinário Carlos Alberto Vicentin, que vai abrir o Seminário, falando sobre Leishmaniose Visceral Canina, no Brasil, aproximadamente 7,8% dos casos em humanos evoluem para óbito, principalmente quando acometem crianças menores de dois anos de idade e o diagnóstico, nesses casos, foi tardio.
“Embora não haja caso confirmado de Leishmaniose Visceral no município, várias cidades da Região Metropolitana de São Paulo já registraram ocorrências da doença em cães, como Embú das Artes, Itapecerica da Serra e Cotia. Além disso, em locais como Araçatuba e Bauru (SP), bem como nos estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Tocantins a doença já circula em meio urbano há mais de 10 anos”, explicou Vicentin.
Segundo ele, alguns fatores ambientais de Guarulhos, somada ao fato da cidade ser cortada por rodovias de grande importância, como Rodovia Presidente Dutra, Fernão Dias, Ayrton Senna, Hélio Smidt podem favorecer a proliferação e dispersão do vetor em meios urbanos, bem como a introdução de cães infectados. “Por isso, consideramos de extrema importância essa discussão, para que todos fiquem atentos a eventuais casos suspeitos em cães e humanos”, alerta o médico veterinário.
Programação:
Das 8h30 às 9h30
Cenário Municipal: Leishmaniose Visceral Canina
Drº Carlos Alberto Vicentin – Médico Veterinário
Divisão Técnica do Centro de Controle de Zoonoses
Das 9h30 às 10h30
Cenário Municipal: Leishmaniose Casos Humanos
Drª Elizabeth de Conti Escobar – Cirurgiã Dentista
Divisão Técnica de Epidemiologia e Controle de Doenças
Das 10h30 às 11h30
Biologia e Controle do Vetor
Drª Eunice Aparecida Bianchi – Bióloga – Mestre – Especialista em flebotomineos
Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública
Das 11h30 às 12h30
Manejo e Diagnóstico Clinico em Humanos
Drº Luiz Henrique Porta – Médico Epidemiologista
Hospital Municipal de Urgências
Das 12h30 às 13h30
Almoço
13h30
Mesa de Discussão
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