Um novo estudo brasileiro mostra que mulheres com fé, submetidas a tratamentos de fertilidade, têm maior chance de engravidar

Pesquisa incluindo 877 pacientes do Fertility Medical Group, em São Paulo

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O impacto da fé nos tratamentos de transtornos psiquiátricos é estudado há longo tempo. Pesquisadores apuraram sua atuação em diversas áreas cerebrais, com destaque para o sistema límbico, o responsável pelas emoções.

Altruísmo e solidariedade são características preponderantes nos indivíduos espiritualizados, independentemente da religião, o que reforça o efeito calmante da fé.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Toronto, no Canadá, analisou as atividades cerebrais dos participantes com aplicação de um teste conhecido como Stroop e constatou que a fé pode diminuir a ansiedade, a depressão e o estresse, bem como o medo de enfrentar o que parece incerto e desconhecido.

A intervenção médica no processo de procriação demanda reflexões que afetam diversas áreas do conhecimento humano, para estudar os processos mentais (sentimentos, pensamentos e razão) e o comportamento dos pacientes. A literatura científica demonstra que a esterilidade fere como morte, pois enquanto esta atinge a vida do corpo, a infertilidade atinge a vida através da descendência e da frustração pela impossibilidade de gerar.

O novo estudo no Brasil:

Estudo prospectivo incluindo 877 pacientes do Fertility Medical Group, em São Paulo, que se submeteram a técnica de ICSI – injeção intracitoplasmática de espermatozoide (técnica de fertilização in vitro que escolhe um espermatozoide para fecundação do óvulo em laboratório).

As participantes preencheram questionário com informações sobre fé, religiosidade e espiritualidade. Relacionados fatores importantes como idade das pacientes, número de óvulos obtidos por tratamento e qualidade embrionária o grupo foi avaliado considerando aqueles que manifestaram fé em algum tipo de religião e aqueles que se declararam sem religião ou fé.

‘As taxas de fertilização, isto é, a capacidade do espermatozoide fecundar o óvulo, foram de 85% para aqueles do grupo que tem fé, contra 70% para o outro grupo, com um aumento percentual de 20%. O número dos embriões obtidos para transferência uterina dos pacientes espiritualizados foi igual a 3, contra 1,2 dos não espiritualizados. Também quando comparada a taxa de gravidez do grupo de pacientes com fé e espiritualidade, esta foi de 41,6% contra 23% do grupo sem religião ou fé’, ressalta Dr. Edson Borges Jr., diretor científico do Fertility Medical Group.

Segundo Borges, muito interessante foi que, independentemente da religião declarada, ter uma religião ou fé, influenciou positivamente nos resultados dos tratamentos. A espiritualidade, portanto, desempenha uma importante ferramenta no ajuste dos aspectos psicológicos de um paciente infértil.

Dado que a oração ou outras abordagens espirituais são estratégias seguras e de baixo risco, não medicamentosas, nós profissionais de reprodução humana e a comunidade médica como um todo, precisamos estar cientes de usá-las como coadjuvantes nos tratamentos.

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