“A cirurgia robótica vem evoluindo muito”, comenta Maurício Rubinstein, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica RJ.”
Com a tecnologia, o cirurgião manipula o robô Da Vinci® por meio de um console, possibilitando realizar cirurgias minimamente invasivas com inúmeras funções e facilidades, fornecendo ao médico movimentos em escala e manipulação de tecidos delicados. O sistema traduz imediatamente para as pinças cirúrgicas, os movimentos das mãos, pulsos e dedos do cirurgião com máxima precisão e em tempo real. O modelo atual com quatro braços: um braço câmera, um direito, um esquerdo e um auxiliar, oferecendo também visão 3D e alta definição com ampliação da visualização da imagem em dez vezes.
Sua criação teve início nos anos 80, quando o Departamento de Defesa dos Estados Unidos lançou um projeto para desenvolver um programa de cirurgia remota em campos de guerra. A ideia foi substituir médicos por robôs, afim de minimizar as perdas nos conflitos. Desde então, a telecirurgia avançou e em 1995, foi lançado o robô cirúrgico, que vem evoluindo e está disponível no mercado desde 2000 para utilização em cirurgias laparoscópicas.
O urologista Mauricio Rubinstein, que foi fellow em cirurgia robótica, em 2004, na Cleveland Clinic Ohio (EUA) e desde então desenvolve esse trabalho, explica que o Brasil registra resultados positivos com a técnica, já há mais de dez anos. Com avanço notável principalmente nos grandes centros urbanos, como um método cirúrgico da mais alta excelência, o médico explica que o robô possibilita uma cirurgia minimamente invasiva, diferente da cirurgia tradicional aberta, na qual é feita uma incisão do umbigo para baixo. Na robótica, como a incisão é feita por pequenos furos, há uma menor perda de sangue, menos dor e um pós-operatório melhor. Muitos chegam a não precisar de medicamento para dor após a alta do hospital.
“Ao contrário da cirurgia tradicional, na qual o paciente fica por três a quatro dias no hospital, os pacientes que se submetem a robótica, ficam de 24 a 48 horas internados no pós-operatório”, explica Rubinstein, que já recebeu o Prêmio “Ureteroscópio de Ouro” com destaque na área de Endourologia e Videolaparoscopia . E consequentemente como é menor o tempo de hospitalização, diminuem também os riscos de infecção, além da pessoa poder retornar mais rapidamente à rotina diária.
Quando perguntado sobre o futuro da robótica, com naturalidade o urologista prevê que com a evolução cada vez mais expressiva desta tecnologia, há uma grande possibilidade de uma cirurgia ser realizada à distância e até entre países diferentes.