O programa nacional do Tesouro é influenciado diretamente pela decisão do COPOM em aumentar ou, como é o caso, reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. A movimentação desse indicador é determinante para diversos títulos do mercado financeiro, inclusive nossos títulos públicos.
O último corte da taxa Selic, que passou a ser 8,25% ao ano, trouxe consigo algumas mudanças que o investidor deve considerar antes de aplicar seu dinheiro. A decisão do Bacen não apenas reduziu a taxa, mas também ativou um gatilho da poupança que foi criado em 2012.
A partir desse momento, a tradicional caderneta de poupança deixou de render 0,5% ao mês e passou a entregar apenas 70% da Selic anual somada a Taxa referencial. Para exemplificar, imagine que tenha depositado R$1000,00 no dia 07/09 em sua caderneta. Um mês depois, no dia 08/10, você teria em conta R$1004,69 – ou seja, uma rentabilidade de apenas 0,469% a.m.
Essa mudança ocorre sempre que a Selic fica menor ou igual a 8,5% ao ano. Após 2013, essa regra não havia entrado em vigor novamente.
O corte da taxa Selic, entretanto, não impacta apenas a caderneta de poupança. Ela influencia diretamente aqueles que buscam investir no Tesouro Direto, especialmente, quem deseja adquirir o Tesouro Selic – o título público que acompanha a taxa em questão.
Alguns analistas veem o momento como propício para aqueles que buscam um pouco mais de risco. Em cenários que a taxa de juros se encontra baixa, ativos que não dependem diretamente da Selic, e sim do aquecimento da economia, tendem a entregar resultados superiores – mas, claro, sempre levando em consideração os objetivos e o perfil do investidor.
Aqueles que desejam permanecer e crescer na renda fixa, o questionamento cresce: o Tesouro Direto vale a pena nesse cenário?
O programa do Tesouro Nacional não oferece apenas o título indexado à taxa Selic. Além deste, dois outros títulos são vistos como os principais do Tesouro Direto: o Tesouro IPCA, que segue a nossa inflação, e o Tesouro Prefixado, que obedece a uma taxa predeterminada.
O primeiro é a opção de quem busca maior proteção do capital a longo prazo. Como o título segue o IPCA, isto é, o aumento dos preços, seu investimento seguirá entregando resultados reais e o protegerá da desvalorização. Mesmo não sendo uma opção que resulta em números extraordinários no curto e médio prazo, ele continua como uma opção de proteção de capital.
Já o segundo, o Tesouro Prefixado, vem se tornado a opção daqueles que buscam resultados a menor prazo com a possibilidade de ganhos de capital. Como qualquer ativo, o preço desses títulos varia dia a dia e, quando você investe nesse título, por mais que tenha uma rentabilidade garantida no vencimento, pode se deparar com uma valorização maior do título no curto prazo – dependendo, claro, de outros fatores socioeconômicos do país.
Em tempos como esses, é fundamental que o investidor permaneça atento e acompanhando o mercado de perto. Uma nova mudança da taxa Selic (que é prevista ainda para esse ano) pode modificar por completo a perspectiva de rendimento de sua carteira.
Estar um passo à frente é, mais do que nunca, recomendado àqueles que buscam lucrar no mercado financeiro.
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