Segundo dados do Ministério da Saúde durante o Verão há um aumento no número de acidentes por animais peçonhentos em relação ao demais meses do ano: cerca de 40% dos acidentes são registrados nessa época.
Cuidados simples e atenção redobrada podem evitar picadas e ferroadas desses animais.
O Ministério da Saúde possui um documento de orientação (Nota Informativa nº184 de 2017/CGDT/DEVIT/SVS/MS) que em linguagem simples e acessível a todos, lista quais são as medidas e recomendações para evitar e socorrer casos de acidentes com animais peçonhentos.
Confira:
Principais cuidados a serem tomados para evitar acidentes com animais peçonhentos terrestres:
Em locais ou situações de risco para acidentes por animais peçonhentos (ex.: florestas, matas, trilhas, áreas com acúmulo de lixos, atividades de lazer, de limpeza, serviços de jardinagem, entre outros), utilize sempre equipamentos de proteção individual (EPI).
Olhe sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer;
Não coloque as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nestes locais, é sugerido o uso de um pedaço de madeira, enxada, entre outros;
Não mexa em colmeias ou vespeiros. Caso estes estejam em áreas de risco de acidente, contate a autoridade local competente para a remoção;
Inspecione roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes, antes de usá-los;
Afaste camas e berços das paredes e evite pendurar roupas fora dos armários;
Não deixe que lençóis ou cobertores sobre as camas e berços encostem-se ao chão. Escorpião e aranhas podem utiliza-los como apoio para subir e se abrigar entre esses tecidos e travesseiros;
Caso encontre um animal peçonhento, afaste-se com cuidado e evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto, e procure a autoridade de saúde local para orientações.
Principais cuidados a serem tomados para evitar acidentes por animais aquáticos peçonhentos:
Em locais rochosos ou com pedras soltas, caminhe sempre com os pés protegido por um calçado firme, de solado antiderrapante (tênis ou sapatilha);
Fique longe das áreas com grandes populações de ouriços-do-mar;
Evite colocar as mãos desprotegidas em tocas ou sob rochas;
Evite banhos em praias onde aconteceram acidentes recentes por águas vivas e caravelas;
Em rios e lagos, atenção com o risco de ferimentos por arraias, bagres ou quaisquer outros animais aquáticos perigosos conhecidos na região.
Em áreas de reconhecida ocorrência de arraias, caso seja indispensável andar dentro da água, tatear o caminho com um pedaço de madeira e arrastar os pés no chão, cuidadosamente, ao caminhar;
Em atividades de pesca, manuseie cuidadosamente os peixes durante sua retirada do anzol ou rede.
Principais recomendações em caso de acidentes por animais peçonhentos:
Procure atendimento médico imediatamente;
Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão (exceto em acidentes por águas-vivas ou caravelas), mantenha a vítima em repouso e com o membro acometido elevado até a chegada ao pronto socorro;
Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés retirem acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como: anéis, fitas amarradas e calçados apertados;
Não amarre (=torniquete) o membro acometido e, muito menos, corte e/ou aplique qualquer tipo de substancia (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada;
Especificamente em casos de acidentes com águas-vivas e caravelas, primeiramente, para alívio da dor inicial, use compressas geladas de água do mar (ou pacotes fechados de gelo – “cold packs” – envoltos em panos, se disponível). Em seguida, realize a lavagem do local da lesão com ácido acético a 5% (Ex. vinagre), sem esfregar a região acometida, para evitar o aumento do envenenamento. É importante que não seja utilizada água doce para lavagem do local da lesão, nem para aplicação das compressas geladas, pois a água doce pode piorar o quadro do envenenamento. A remoção dos tentáculos aderidos à pele deve ser realizada de forma cuidadosa, preferencialmente com uso de pinça ou lâmina. Procure assistência médica para avaliação clínica do envenenamento e, se necessário, realização de tratamento complementar;
Não tente “sugar com a boca” o veneno, essa ação apenas aumenta as chances de infecção local;
Informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal causador do acidente, como: tipo de animal, cor, tamanho, entre outras. Se possível tirar uma foto do animal, assim ficará mais fácil a identificação.
Mais informações pelo Disque Saúde 136.