A matéria do jornal Estadão, publicada no dia 18 de dezembro de 2017, traz um alerta para os executivos e donos de companhias – “Insatisfação com o trabalho e remuneração inadequada são problemas que afetam não apenas os funcionários que sofrem com essas situações, mas toda a estrutura de uma empresa”, escreveu a reportagem. A afirmação levou em conta uma pesquisa com 596 profissionais, feita pela consultoria KPMG, que revelou que um percentual de 17% do total desses funcionários sente-se subvalorizado no cargo que ocupa, destaca o advogado Bruno Fagali – que também é membro da Fagali Advocacia
Também de acordo com o levantamento, 14% dos entrevistados apontam o medo como um sentimento determinante para cometer um ato ilícito. Em seguida, entre os que praticam alguma ilegalidade, estão os mal remunerados, com 13%, relatou a matéria.
Fagali reporta que, segundo a avaliação da advogada e premnsidente do Instituto Compliance Brasil, Sylvia Urquiza, os dirigentes precisam ficar mais atentos a situações assim – pois elas são precedentes bastante comuns para um ato fraudulento dentro de qualquer empresa. “Se somarmos a situação de funcionários insatisfeitos com a falta de um programa de compliance estruturado, o retrato é este. Esses dois lados precisam ser bem trabalhados em busca de melhores práticas”, explicou Urquiza.
“E essa condição pode estar ainda mais próxima da realidade se considerado o contexto das empresas instaladas no Brasil neste período de saída da crise.
Segundo recorte do Índice de Confiança Robert Half, a maior parte dos profissionais qualificados que perderam seus empregos nos últimos três anos foi realocada em até um ano, mas 60% deles aceitaram posições com salários mais baixos do que a posição anterior. Entre os que tiveram o salário reduzido, 56% responderam que o corte foi acima de 20%”, frisou a reportagem do Estadão.
Para o professor da Trevisan Escola de Negócios, Ricardo Lemos, “a redução de renda e, por consequência, do padrão de vida, pode fazer com que esse profissional sinta-se pressionado”. Segundo Lemos, em uma empresa que não possui uma área de compliance desenvolvida, esse pode ser o caminho para um ato ilícito, reporta o advogado Fagali.
Conforme a reportagem do Estadão, ainda que as empresas não possam ou não consigam oferecer incentivos financeiros aos funcionários – com o intuito de evitar comportamentos inadequados – é preciso agir rápido. Segundo o diretor-geral da Robert Half, Fernando Mantovani, o desenvolvimento de uma área dedicada às boas práticas é o primeiro passo, acentua Bruno Fagali. Feito isso, orientou Mantovani, é hora de estruturar outros tipos de bônus.
“Remuneração abaixo do pretendido não pode ser razão para irregularidades, mas sabemos que acontece. Então a empresa deve mapear sua estrutura e pensar em planejamento de carreira, oferta de projetos paralelos, bônus de longo prazo, plano de previdência privada. Isso pode equilibrar a balança”, sugeriu o diretor-geral da Robert Half.
Fagali destaca ainda a ponderação da presidente do Instituto Compliance Brasil. Ela reforçou que a solução para minimizar o risco de fraudes dentro das empresas passa essencialmente pela boa gestão – e não apenas pela remuneração. “A falta de gerenciamento aumenta os riscos. Assim, a solução também inclui um ambiente motivador, destacando que práticas incorretas não serão toleradas”, esclareceu Sylvia Urquiza.
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