Governo inaugura obra que amplia segurança hídrica em SP e no RJ

Com investimento de R$ 555 milhões, Interligação Jaguari-Atibainha aumenta oferta de água para 39 milhões de pessoas

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Será possível transferir até 162 bilhões de litros de água por ano para o Sistema Cantareira
SB post

O governador Geraldo Alckmin acionou, neste sábado (3), os dispositivos que iniciaram as operações da obra da Sabesp que amplia a disponibilidade de água para 39 milhões de pessoas nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Com investimento de R$ 555 milhões, financiado pelo BNDES, a Interligação Jaguari-Atibainha conecta duas bacias hidrográficas distintas, permitindo transferir água de uma região para a outra.

“Hoje é um dia histórico. Está sendo feita a interligação das águas da Bacia do Paraíba do Sul com o Sistema Cantareira, com mais de seis quilômetros de túnel e bombas potentes”, ressalta Alckmin, que também destacou a amplitude do projeto.

“Trata-se de uma grande obra de engenharia. É segurança hídrica para enfrentarmos as mudanças climáticas. Isso vai beneficiar muito a região de Campinas, a Região Metropolitana de São Paulo e o Rio de Janeiro”, acrescenta o governador. Neste sábado (3), a obra começa a bombear água, em operação assistida, em direção à represa Atibainha, que faz parte do Sistema Cantareira.

O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Benedito Braga, reforçou a importância do monitoramento dos índices registrados nos sistemas. “Atualmente, nós podemos guardar mais água aqui no Cantareira. Estamos com 52% de armazenamento. A transferência dependerá dos níveis dos reservatórios e das chuvas que estão previstas paras as duas regiões”, explica.

Abastecimento

Será possível transferir até 162 bilhões de litros de água por ano para o Cantareira – volume equivalente a uma represa Guarapiranga cheia. Dessa forma, haverá mais água disponível para o abastecimento da capital e da Grande São Paulo. Além disso, a Região Metropolitana de Campinas será beneficiada com a maior segurança hídrica no Cantareira, já que essas cidades captam a água que é liberada da represa para o Rio Atibainha, que avança pela região.

“Agora, uma gota d’água que estiver em um ou em outro reservatório poderá sair na torneira de um cidadão da Região Metropolitana de São Paulo, de Campinas, do Vale do Paraíba ou mesmo no Rio de Janeiro. É uma obra importante porque traz solidariedade entre diversas comunidades: a água como objeto de união, e não de briga, algo raro no mundo”, comemora o presidente da Sabesp, Jerson Kelman.

No sentido que começa a operar agora, a água bruta captada da represa Jaguari, em Igaratá (Vale do Paraíba), percorre um corredor de quase 20 quilômetros de adutoras e túnel até chegar à represa Atibainha, em Nazaré Paulista. Serão até 5.130 litros de água por segundo para o Cantareira. Essa vazão passará pela estação de tratamento e será suficiente para abastecer 1,5 milhão de pessoas.

O sentido inverso está em fase final de construção. Aproveitando o mesmo túnel e a mesma adutora, a água da represa Atibainha poderá também ser bombeada até a represa Jaguari, que pertence à bacia do Paraíba do Sul. Dessa forma, aumentará a segurança hídrica de todas as cidades que captam água dessa bacia. Isso inclui o Vale do Paraíba e a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Serão até 12.200 litros de água por segundo nesse sentido.

Acordo

A interligação Jaguari-Atibainha é uma obra de integração, que beneficia os dois maiores Estados do Brasil e a geração de empregos em cidades tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro. Fez parte da autorização para a construção um acordo histórico mediado por Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2015.

No acordo, os governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais acertaram as regras de uso da água da bacia do Paraíba do Sul, já que ela abrange rios que cortam os três Estados. Uma das medidas adotadas para garantir a oferta de água à população foi construir a interligação.

O projeto empregou 5,3 mil funcionários diretos e indiretos. A escavação do túnel foi uma das partes mais complexas de todo o trabalho. São mais de 6 quilômetros de extensão, cinco metros de altura e quatro metros de largura, totalizando uma seção de 20 metros quadrados.

Foram mais de 160 profissionais, entre engenheiros, geólogos, marteleiros, encarregados de frente, motoristas, eletricistas e técnicos de meio ambiente divididos em três turnos de trabalho. Além do túnel, a estrutura conta com mais 13,2 quilômetros de adutora subterrânea e seis bombas que consomem energia elétrica que seria suficiente para atender aproximadamente 120 mil pessoas.

A obra faz parte de um conjunto de ações estruturantes da Sabesp para garantir o abastecimento à população, ao lado do novo Sistema Produtor São Lourenço, que está em fase final de construção e já com testes iniciais, e da captação do Rio Itapanhaú, cujo contrato de instalação já foi assinado.

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