A economia paulista está se recuperando, e mais rapidamente do que se previa. É o que mostra o balanço anual da Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP). A instituição aumentou os financiamentos em 25%, em relação a 2017, e registrou R$ 352,7 milhões em desembolsos no período.
O setor da indústria foi responsável por quase metade do valor financiado. Contudo, todos os setores produtivos registraram alta no ano passado. Houve também aumento no número de empresas atendidas e dos financiamentos para capital de giro. Esse detalhe é fundamental para as pequenas empresas se manterem durante a crise.
“Esperávamos uma recuperação gradual, com um crescimento mais tímido em 2017 e mais forte em 2018. A alta de 25% foi ótima. É resultado de um trabalho intenso de incentivo ao empreendedorismo ao longo do ano e da melhora dos números da macroeconomia”, diz o economista e presidente da Desenvolve SP, Milton Luiz de Melo Santos.
Recuperação em todos os setores
A indústria foi a principal tomadora de crédito. O setor financiou R$ 160,5 milhões em 2017, contra R$ 88,6 milhões em 2016, um crescimento de 79%. Entre as empresas prestadoras de serviço o aumento foi de 69%. Foram R$ 122,4 milhões contraídos em empréstimos ao longo de 2017, enquanto o ano anterior registrou R$ 72,3 milhões.
A maior variação positiva, no entanto, foi apresentada pelo comércio. Esse setor saltou de R$ 15 milhões investidos em 2016 para R$ 36,7 milhões no ano passado. O crescimento registrou alta de 145%. O restante dos desembolsos realizados pela agência no último ano, equivalente a R$ 33 milhões, foi destinado para atender necessidades do setor público.
“Por meio da Desenvolve SP a gente também apoia as prefeituras, e financia bons projetos para melhorar a vida da nossa população”, disse o governador Geraldo Alckmin.
Mais investimentos no curto e no longo prazo
Em relação aos tipos de investimentos realizados em 2017, o crédito para projetos de longo prazo representou 57% dos R$ 352,7 milhões desembolsados pela Desenvolve SP. Pensar a longo prazo é fundamental para a formação bruta de capital fixo e para ampliar a capacidade produtiva. Os outros 43% foram demandados para capital operacional, de giro e financiamento de reposições de estoques e compras de matéria-prima.
“Historicamente, os desembolsos para investimento fixo representam a maior parte dos financiamentos da agência. Entretanto, é importante ressaltar que a demanda por capital de giro cresceu 250% em 2017 perante 2016. Assim, indica mais um sinal de que os empresários estão se preparando para voltar a crescer”, disse Santos.
Mais empresas financiadas
Ainda segundo o balanço, o número de empresas que buscaram a Desenvolve SP mais que dobrou. Passou de 250 em 2016 para 543 em 2017. Quanto ao porte das empresas, 33% dos recursos atenderam às necessidades dos pequenos negócios, 55% dos médios e 12% das grandes empresas.
Em relação ao destino dos financiamentos, o interior paulista continua sendo responsável por demandar a maior parte dos empréstimos. Foram injetados R$ 228,7 milhões na economia do interior entre janeiro e dezembro do último ano. E R$ 124 milhões foram investidos na Região Metropolitana de São Paulo.