O mercado de aplicações para dispositivos móveis movimentou receita recorde em 2017, somando US$ 17 bilhões – um salto de 20% sobre 2016, conforme pesquisa do site especializado App Annie.
E a projeção dos especialistas é de que este crescimento siga galopante: até 2021, o relatório App Annie Forecast indica movimentação de US$ 139 bilhões em todo o mundo só em aplicações para telefones inteligentes e tablets.
Ainda segundo o site, neste cenário alguns mercados devem despontar, como os emergentes Brasil, Indonésia e Índia, que tem tido os principais índices de expansão em apps e outros tipos de aplicações mobile.
Um mercado que tem chamado a atenção de players tanto da área de software, para desenvolvimento das soluções a serem baixadas, quanto de hardware, para aumento da capacidade das plataformas e interface de operação. Entretanto, segundo alguns especialistas, há peculiaridades deste segmento que têm de ser levadas em conta.
Por exemplo: levantamento da consultoria Adeven mostra que dos 1,5 milhões de apps da Play Store do Android, alguns poucos milhares têm engajamento, e que só nos EUA o número de downloads de aplicativos vem caindo 20% a cada ano, sendo que 60% de todos os apps disponíveis nas e-Stores nunca foram baixados e que mais de 65% dos usuários de smartphones não fazem nenhum download de aplicativo por mês.
“Outro dado é que de todos os apps que baixam, os usuários de smartphones gastam 80% do tempo usando sempre os mesmos 5”, comenta Raul Amoretti, CEO da Aioria Software House, uma das empresas brasileiras especializadas no setor de aplicações móveis.
Segundo o especialista, neste mercado um bom investimento são os Progressive Web Apps (PWA), que são mais simples e baratos do que os apps, aumentam o engajamento do usuário e são recomendáveis para projetos simples ou de baixo orçamento.
Já utilizada por companhias globais como Washington Post e Alibaba.com, a tecnologia do PWA traz alguns diferencias em relação aos aplicativos tradicionais, como a vantagem de poder ser acessado em qualquer browser, desktop, mobile, tablet, sem a exigência de conexão com a web, mantendo-se constantemente atualizado.
“Além disso, oferece ao usuário funcionalidades de forma progressiva, até tornar-se semelhante à plataforma de um app, e conta com push notifications, que mantêm os usuários atentos e engajados (um dos principais gaps deixados pelos apps tradicionais)”, comenta Amoretti.
Conforme o CEO, outra diferença do PWA é que, ao baixar um app, é preciso passar por várias etapas (busca da loja, download, configuração etc), enquanto no PWA só é preciso acessar diretamente um link, o que facilita a retenção de clientes.
Além disso, no PWA a plataforma web pode ser indexada pelo ranking de buscas do Google, tornando a empresa dona do aplicativo mais visível ao público.
“O PWA tem se mostrado como uma alternativa aos apps. Como especialistas em mobile, defendemos que, para apps, o desenvolvimento deve ser nativo; mas, para aplicações mais simples, que não necessitam de grande customização, o PWA é suficiente, além de ter um custo de desenvolvimento mais baixo”, destaca Amoretti.