Brasileiro Alex Kipman é finalista do prêmio European Inventor Award 2018

Escritório Europeu de Patentes nomeou o inventor brasileiro pelo desenvolvimento de fones de ouvido de realidade mista

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Em contraste com a tecnologia de realidade virtual, que substitui o mundo físico por um ambiente totalmente simulado, o fone de realidade mista criado por Alex Kipman combina visões do mundo real com camadas de informação digital, incluindo imagens holográficas percebidas pelo olho humano como objetos reais no espaço. Ao transformar a forma como os usuários podem interagir e trabalhar com conteúdo digital e acabar com a necessidade de olhar para uma tela, o “HoloLens” do Kipman permite aplicações como cirurgias assistidas por computador, teleconferência holográfica e navegação guiada.

Por esta conquista, Alex Kipman foi indicado como finalista do European Inventor Award 2018 na categoria de países que não são cobertos pelo Escritório Europeu de Patentes (EPO). Os vencedores do prêmio anual de inovação do EPO serão anunciados em uma cerimônia em Paris, em 7 de junho de 2018. “A invenção de Alex Kipman é uma visão para o futuro da computação e tem o potencial de mudar a forma como nos conectamos e colaboramos”, destaca o presidente da EPO, Benoît Battistelli ao anunciar os finalistas do European Inventor Award 2018. “Suas ideias estão ajudando o mundo real com informações digitais para as pessoas alcançarem níveis mais altos de eficiência e a criar novas oportunidades em áreas como engenharia, comunicações e saúde”.

Combinando os mundos real e digital
O inventor brasileiro tem um grande histórico em inovação, pois desenvolveu o controlador de movimento “Kinect” para o sistema de videogame Xbox, que bateu o recorde mundial do Guinness Book para o dispositivo eletrônico de venda mais rápido, quando foi lançado em 2010. Kipman avançou a partir deste sucesso com o HoloLens: o fone de ouvido, comercializado pela Microsoft, oferece aos usuários um campo de visão completo, no qual objetos gerados por computador – como uma bola ou uma imagem 3D de uma pessoa – se combinam perfeitamente com a realidade.

Em comparação com outros dispositivos de realidade mista (também conhecidos como “realidade aumentada”) atualmente disponíveis, a invenção de Kipman difere em três aspectos principais. Primeiro, o HoloLens é autônomo, com processadores embutidos, não exigindo conexão externa a smartphones ou PCs. Em segundo lugar, substitui os monitores bidimensionais por imagens holográficas 3D para experiências realistas de “realidade mista”. E, terceiro, elimina controles físicos, como teclados, game pads ou telas sensíveis ao toque. Em vez disso, os usuários podem interagir com objetos digitais em seu campo de visão por meio de gestos e comandos de voz.

Hologramas e aplicativos do mundo real: mais do que entretenimento
O software para o HoloLens é desenvolvido no sistema operacional Windows 10 no ambiente de software Windows Mixed Reality. As aplicações atuais do dispositivo incluem telecomunicações (por exemplo, chamadas de vídeo avançadas), um aplicativo de turismo virtual em 3D e um conjunto de jogos de realidade mista, assim como usos industriais para medição e controle de qualidade e anatomia humana digital interativa e uma série de novas aplicações promissoras estão sendo desenvolvidas ainda. Em 2017, uma equipe espanhola de cirurgiões usou com sucesso o headset de realidade mista enquanto operava um paciente com um tumor muscular maligno. Durante o procedimento, os cirurgiões foram capazes de visualizar ao vivo imagens de diagnóstico de dados de ressonância magnética e radiografia, sem tirar os olhos do paciente.

Os HoloLens podem liderar uma mudança importante à medida que os dispositivos de realidade mista substituirem os smartphones de hoje como os principais dispositivos de comunicação. De acordo com especialistas da empresa de pesquisa de mercado Gartner, 30% das sessões de navegação na web poderiam ser feitas sem uma tela até 2020. E, 50% de todas as consultas de pesquisa poderiam se originar não de teclados ou telas sensíveis ao toque, mas de comandos de voz.

Paixão pelo software de computação
Nascido em Curitiba, Alex Kipman se apaixonou pela programação de software ainda jovem, quando começou a jogar videogames Atari aos 6 anos de idade. “O software é a única forma de arte na terra não limitada pelas leis da física “, diz Kipman. “No software, você está limitado apenas pelos limites de sua imaginação.”
O inventor iniciou sua carreira profissional na Microsoft, em Redmond logo após se formar no Rochester Institute of Technology em 2001. Em uma carreira de mais de 15 anos como desenvolvedor da empresa, ele foi nomeado o principal inventor em mais de 150 patentes norte-americanas e asiáticas, bem como duas patentes europeias concedidas e tem mais de uma dúzia de pedidos de outras patentes.

Em seu tempo livre, o futurista apaixonado gosta de se recolher para a simplicidade da fazenda sem internet de sua família no interior do Brasil. Desconectado de dispositivos digitais, ele procura experiências ao ar livre da vida real com sua esposa e filha, que é também onde o conceito de seus óculos inteligentes se originou: “Minhas ideias sobre computação no real mundo vêm do fato de que eu não moro em um laboratório, mas gosto de passar meu tempo na natureza.”

Alterando a face da mídia:
Alex Kipman prevê um mundo em que os smartphones são substituídos por dispositivos de realidade mista como o HoloLens. Esta visão de mudança de indústria coloca o inventor na companhia de outros vencedores e finalistas do European Inventor Award, cujas inovações alteraram fundamentalmente as formas como interagimos com som, vídeo e texto. Joseph M. Jacobson e Barrett Comiskey ajudaram a desenvolver os displays de tinta eletrônica que deram início à revolução do e-reader. Os transistores de papel de Elvira Fortunato e Rodrigo Martins mostraram que cartazes e papéis animados podem estar na esquina. Codificação Blu-ray da Kornelis A. Schouhamer Immink transferiu o vídeo e a música da era analógica para a era digital, e o Codex MP3 de Karlheinz Brandenburg permitiu que a música fosse armazenada em nossos smartphones e players portáteis. É difícil dizer onde nossa mudança de relacionamento com a mídia nos levará, mas a realidade mista provavelmente fará parte da jornada.

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