Uma cerimônia concorrida no prédio da sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na capital paulista, nesta quinta-feira, marcou a posse da nova diretoria da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementação Mineral (ASBRAM). O zootecnista, empresário e fundador da Campo Rações, com atuação em Goiás, Ademar Pereira Leal Filho, assumiu a presidência para o biênio 2018 | 2019, em substituição a Nelson Lopes, e recebeu o apoio de autoridades estaduais e federais do Agronegócio, ex-dirigentes da ASBRAM e profissionais e executivos de diversas empresas do segmento. Participaram o Ministro das Cidades, Alexandre Baldi; Roberto Bettancourt, Presidente do Sindicato das Indústrias de Nutrição Animal (Sindirações) e representante da FIESP; Francisco Jardim, delegado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Alberto Amorim, representando o Secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Arnaldo Jardim; além de representantes da Sociedade Rural Brasileira. “O Nelson fez um trabalho fantástico de união da classe.
E queremos elevar ainda mais a participação dos associados, para até 90% de representatividade nos próximos anos. Nosso mercado vai sofrer um grande boom. E precisamos dobrar nossa produção. A ASBRAM vai ser o sustentáculo desta revolução”, afirmou o novo presidente. Ele ainda destacou algumas ações que serão efetivadas até o fim de 2019. “Vamos fazer uma campanha de uso da suplementação mineral pelos pecuaristas de corte e leite do Brasil. Nossa missão é divulgar a importância do uso de suplementação na nutrição animal, gerando valores às empresas da cadeia. E ter uma forte atuação política. Precisamos ser protagonistas das discussões sobre a reforma tributária brasileira. É importante frisar que não queremos ser privilegiados. Queremos isonomia com as outras cadeias. Nosso lema é que acreditamos na agroindústria, no negócio e no Brasil”, concluiu Ademar Leal.
O dirigente falou logo após uma rápida prestação de contas de Nelson Lopes, que abriu a noite de atividades. “Conseguimos trabalhar bem a questão da representatividade e hoje contamos com 70% de adesão. Ainda incrementamos a presença de colegas em nossas reuniões mensais, trouxemos novos associados para dentro da ASBRAM, divulgamos muito bem a entidade junto a diversas entidades da Pecuária, fomos apoiadores em vários eventos, e geramos notícias todos os dias, levando o nome da ASBRAM”, explicou. Lopes também frisou outras conquistas de sua gestão.
“Terminamos com um bom caixa para despesas e investimentos. fizemos o painel de estatística, visitamos a OCP em Marrocos e trabalhamos a questão da isenção de impostos. Sem falar no sucesso do evento promovido pela associação no fim do ano passado. Tivemos 350 participantes neste
10º Simpósio. No próximo encontro, o Ademar vai ter que arrumar um lugar para quinhentas pessoas”, brincou Nelson Lopes.
O setor de suplementação mineral do Brasil movimenta hoje perto de 2,8 milhões de toneladas, por meio de 409 empresas. E as autoridades presentes à posse fizeram questão de elogiar o trabalho da ASBRAM, além de reafirmarem a parceira em nome da modernização da cadeia pecuária leiteira e de corte. “já somos parceiros da ASBRAM e, juntos somos mais fortes. Não faltará apoio do sindicato e da FIESP. Tudo para Levar o Agro brasileiro para um novo patamar”, reforçou Roberto Bettancourt. “O setor precisa da ASBRAM e o MAPA quer estar ao lado da entidade no crescimento do Agrobusiness, um setor que é alicerce da economia brasileira”, reconheceu Francisco Jardim. O último discurso coube ao Ministro das Cidades, amigo há anos do novo presidente da ASBRAM. “A missão do Ademar, que conheço há tempos, é permanecer na luta pelo Agro em um momento difícil, perturbador, desafiador. Não conseguiremos aprovar a reforma da Previdência Social e não sei se conseguiremos o PIS / COFINS. O Agro segurou a economia deste país e o nosso produtor rural se manteve quase intacto. O setor de suplementação cresceu 4% só em 2017. Estou à disposição da entidade e do Ademar. Como amigo pessoal, parlamentar e representante da administração pública. Se a Pecuária do Brasil crescer, a suplementação vai crescer junto”, conclamou Alexandre Baldi.
A posse de Ademar Leal terminou com uma apresentação do especialista e consultor Ivan Wedekin, que já atuou no MAPA, na Bolsa de Mercadorias &Futuro, Agroceres, além de participar de inúmeras entidades, como SRB e Associação Brasileira de Agricultura. Ele falou sobre os desafios e as perspectivas da pecuária brasileira, com destaque para a profunda transformação vivida pelo segmento nos últimos 60 anos. “O PIB do setor alcança R$ 1,5 bilhão de Produto Interno Bruto, vamos colher a segunda maior safra da história, com 226 milhões de toneladas, e somos líderes mundiais em soja, pecuária de corte, cana-de-açúcar, frango, milho, leite e algodão. A renda no campo cresce R$ 540 bilhões e nosso mercado interno é poderoso, com 208 milhões de pessoas. Somos o terceiro maior exportador de Agro do planeta, só atrás de União Europeia e Estados Unidos”, revelou. Wedekin lembrou que a economia nacional está em processo de retomada do crescimento e pode emplacar no mínimo 2% de aumento em 2018. Porém, a Pecuária brasileira pode ser mais competitiva, mais eficiente. “O consumo mundial de carne bovina em 2016 foi de 58,7 milhões de toneladas, e deve elevar-se 1,6 milhão de toneladas somente na China, 17% das exportações atuais da proteína. Logo, a carne vai ser vital no crescimento econômico que vem pela frente. Mas o boi brasileiro é pouco intensivo em insumos modernos. Isto, num país que o mercado de suplementos minerais movimenta três bilhões de reais, sendo que a pecuária movimenta 100 bilhões de reais. Está havendo uma revolução, mas ainda há muita estagnação. O caminho é tecnologia, intensificação das atividades, olho total na Ásia e gestão da rentabilidade dos ativos agropecuários”, concluiu.
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