SP e ONU lembram 130 anos da abolição da escravidão no país

Evento nesta quinta-feira (10) é gratuito e faz parte da agenda de direitos humanos “O Mundo que Queremos”; saiba como se inscrever

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Último país a abolir a escravatura no mundo e que concentra uma das maiores populações negras fora da África, o Brasil mantém ainda hoje uma cultura segregacionista. Entre outros tantos indicadores socioeconômicos, estudos registram que os negros recebem 28% abaixo da média salarial praticada no território nacional.A cada 23 minutos, um jovem negro morre no Brasil (dados da ONU). A taxa de analfabetismo é 11,2% entre os pretos e 5% entre os brancos. Dados da Unesco indicam que jovens negras têm 2,19 vezes mais chances de serem mortas do que as brancas na mesma faixa etária.

O nível de qualidade de vida dos negros está uma década atrasada em relação ao dos brancos, conforme mostra o PNUD (Programa para o Desenvolvimento da ONU) e o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Às vésperas dos 130 anos da lei que aboliu a escravidão no país, em 13 de maio de 1888, o Museu Afro Brasil e a Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (AEAI) do governo do Estado de São Paulo e a Rede Brasil do Pacto Global da ONU promovem o seminário “Abolição 130 anos depois: a Lei e o exercício da lei”.

O evento acontece na próxima quinta-feira (10), a partir das 19h, no Museu Afro Brasil. A ideia é fazer um bate papo com estudantes da rede pública estadual e demais inscritos a respeito de assuntos polêmicos como as cotas raciais, o racismo e a violência ainda praticada contra a população negra.

Para falar sobre o tema, foram convidados os palestrantes Lívia Sant´Ana Vaz, promotora do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) desde 2004; o músico Rincon Sapiência, principal nome do rap brasileiro da atualidade; e o espanhol Jaime Nadal, representante do UNPFA (Fundo de População das Nações Unidas) no Brasil.

“São vários os fatores para que o racismo ainda seja uma realidade no país. O não cumprimento da lei 10.639 que faz com que seja obrigatório o ensino da história afro-brasileira nas escolas, por exemplo, é um deles”, explica Andrey Brito, coordenador de Cooperação Internacional da AEAI.

Logo após o seminário, o Museu Afro Brasil realiza a pré-estreia da exposição “Isso é coisa de Preto”, com curadoria de Emanoel Araújo, diretor do museu.

O evento é livre e gratuito, mas as vagas são limitadas. Interessados devem fazer inscrição pelo link: https://goo.gl/forms/t5XTiHZNd5CFzqdf1

O Mundo que Queremos

O seminário “Abolição 130 anos depois” faz parte da agenda de direitos humanos da AEAI em parceria com o Pacto Global chamada “O Mundo que Queremos”. A agenda tem por objetivo promover a implementação dos ODS na área de direitos humanos.

A agenda é formada por 7 ações que abordam temas da Declaração que completa 70 anos no próximo 10 de dezembro. O próximo evento de “O Mundo que Queremos” acontece em junho e vai tratar a pauta da diversidade sexual.

Museu Afro Brasil

O Museu Afro Brasil é um equipamento da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Localizado no Parque Ibirapuera, o Museu conserva, em 11 mil m2, um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje.

O acervo recupera e ressignifica por meio de obras, documentos e objetos, a presença da população negro-africana e afro-brasileira e repõe uma releitura do próprio país.

serviço

Abolição 130 anos depois: a Lei e o exercício da lei
Local: Museu Afro Brasil
Horário: 19h
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, portão 10
Parque do Ibirapuera – Acesso pelo portão 03

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