A obra Tríade Trindade, adquirida em 2016 pelo Programa de Patronos da Pinacoteca, baseia-se na primeira apresentação do trabalho de Antonio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, consagrado no cenário da arte contemporânea como Tunga (Palmares, Pernambuco, 1952 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016). Ela traz uma retrospectiva ocorrida no museu Jeu de Paume, de Paris (França), em 2001, onde luzes vermelhas coloriam a peça.
Tríade Trindade contém as cargas simbólica e energética que particularizam a produção de Tunga. Tanto por sua constituição física, de uma estrutura composta de metais e imãs com cinco metros de altura e quatro toneladas de peso, como pelas representações de trança, cabeleireira, sinos, caldeirão, tacape, jarras, taças e outros objetos recipientes.
Partes que têm em comum as formas orgânicas e, mais que isso, alusivas ao corpo humano; partes que se “ligam”, conectam-se por magnetismo, entrelaçamento, encaixe, e se dispersam, espalham-se pelo espaço”, explica José Augusto Ribeiro, curador da mostra.
No dia 6 de março, a instituição abriu as portas para uma programação internacional. Pela primeira vez na América Latina, e já considerada um dos grandes destaques da Pinacoteca para 2018, chega a mostra individual da pintora sueca Hilma af Klint: Mundos Possíveis. A exposição inclui 130 obras.
Hilma af Klint frequentou a Real Academia de Belas Artes, principal centro de educação artística da capital sueca, mas logo se distanciou do seu treino acadêmico para pintar mundos invisíveis, influenciada por movimentos espirituais como o Rosa-cruz, a Teosofia e, mais tarde, a Antroposofia.
“O trabalho de Hilma af Klint dialoga de certa forma com o sincretismo e a pluralidade de cosmovisões tão presente na cultura do Brasil. A serialidade encontrada em sua obra também aparece na arte brasileira, em especial no concretismo e neoconcretismo”, explica curador Jochen Volz, diretor geral da instituição.
Hilma af Klint: Mundos Possíveis permanece em cartaz até 16 de julho de 2018, no primeiro andar da Pina Luz.