Mais de dois terços das empresas afirmam que líderes são o canal mais eficaz de comunicação interna, porém engajar lideranças é o principal desafio de 2018.
“Apesar de estarem em posição de liderança e de certa forma referência, muitos gestores não veem a comunicação com suas equipes como algo relevante e estratégico”
O estudo, realizado com 500 profissionais no fim de 2017 e lançado no blog Cultura Colaborativa (www.culturacolaborativa.socialbase.com.br), confirmou o que muitos especialistas de RH e Comunicação já desconfiavam: líderes são essenciais para a comunicação interna das empresa, mas ainda precisam melhorar suas habilidades comunicacionais com as equipes.
De acordo com os dados do relatório, a maior parte das organizações (24%) considera a comunicação do gestor imediato ou da alta liderança como a iniciativa mais eficaz para fazer a informação chegar aos funcionários, ficando à frente de ferramentas como e-mail (13%) e intranets (7%).
Para Ana Lídia Bortoleto, especialista em Gestão de Pessoas, esses números refletem que uma grande tendência para 2018 nas empresas é a valorização da comunicação “face a face” e a aproximação das lideranças com seus liderados. Segundo ela, a participação ativa dos líderes no processo de comunicação interna não só facilita e acelera o repasse das informações dentro da empresa, como também ajuda a manter o alinhamento estratégico interno, além de trazer benefícios como fortalecimento da cultura organizacional e uma maior credibilidade e transparência.
“Quando os líderes estão envolvidos na comunicação interna é mais fácil para as equipes absorverem e assimilarem as informações. A participação ativa dos líderes na comunicação também aumenta os níveis de confiança dos colaboradores em relação à empresa, o que sem dúvida contribui para a diminuição de taxas como turnover e absenteísmo”, afirma Ana.
Já quando questionados sobre os desafios com relação à comunicação, a maioria dos respondentes da pesquisa (17%) disse que “engajar as lideranças como comunicadores” é justamente o grande problema nas suas empresas – à frente de outras questões como “mensurar resultados de comunicação” (10%) e “gerenciar o excesso de informação” (7%).
“Apesar de estarem em posição de liderança e de certa forma referência, muitos gestores não veem a comunicação com suas equipes como algo relevante e estratégico, mas sim apenas como uma atividade operacional e burocrática a mais para ser feita, o que é uma percepção totalmente equivocada.” comenta Cíntia.
Para a especialista, isso pode ocorrer em empresas em que ou o processo de comunicação ou os líderes não têm maturidade suficiente com relação à atividade, sendo incapazes de reconhecer o potencial que existe em envolver stakeholders chaves como canais de diálogo entre a organização com seus colaboradores – o que é algo grave e pode afetar negativamente toda a estratégia da empresa.
“Vamos imaginar que a organização está tentando construir um bom branding por meio de um determinado discurso organizacional. Este discurso está sendo reforçado internamente para os colaboradores – os quais precisam ser os principais advogados e promotores de uma marca – por meio de campanhas e ações de comunicação interna. Neste cenário, caso a liderança não esteja adequadamente encaixada na iniciativa, como um canal de comunicação que vai corroborar essa visão e reforçá-la para a sua equipe, os próprios líderes podem sabotar a estratégia, colocando em xeque este determinado discurso, contradizendo e enfraquecendo a voz da empresa. Este tipo de posicionamento tem impactos negativos na organização em termos de imagem, marca, estratégia de marketing e até RH, pois há uma queda de credibilidade por parte do colaborador”, exemplifica Cíntia.
Para contornar este problema e preencher a lacuna, os entrevistados da pesquisa disseram que, em 2018, o principal investimento da empresa em comunicação (34%) deve ser em realizar treinamento e oferecer mentoria para os gestores se comunicarem melhor. Neste sentido, muitas empresas devem optar por consultorias especializadas que ofereçam este tipo de serviço, já que nem sempre as equipes de comunicação ou RH têm os recursos necessários para realizar o trabalho de desenvolver as lideranças sozinhos, ou acumulam mais atividades além desta.
De acordo com o relatório, os outros grandes investimentos planejados pelas empresas são em termos de ferramentas e canais de comunicação digitais mais atrativos, para dar suporte às estratégias que buscam afinar o diálogo interno. As maiores implementações planejadas são de Aplicativos (30%) Rede Social Corporativa (23%) e Mural Digital (21%).
Segundo Kleiton Reis, coordenador de Marketing da SocialBase, a ideia da pesquisa – que está em sua segunda edição – surgiu a partir da vivência e experiência junto à clientes que têm problemas ou desafios nesta área, quando a empresa percebeu necessidade de fortalecer a comunicação interna, uma atividade muitas vezes subjugada – nas organizações. “A realização das pesquisas e toda a bagagem acumulada com o atendimento de clientes pela SocialBase também nos motivou a criar pacotes de consultorias, para ajudar ainda mais outras organizações que têm necessidades problemas com comunicação interna”, comenta.
A pesquisa mais recente reúne ainda dados com relação à efetividade dos processos de comunicação interna das empresas, os canais e ferramentas mais utilizados no diálogo com colaboradores, quais as perspectivas de orçamento e investimento da área, e os assuntos que serão prioridades nas organizações em 2018.
A maioria dos participantes (62%) considera seus processos efetivos ou muito efetivos e 74% disseram que a comunicação é valorizada pela presidência da empresa. Porém, uma pequena porcentagem dos respondentes afirmaram que conseguem mensurar mais de 80% das iniciativas que a área realiza e somente 12% consegue “na maioria das vezes” mostrar o retorno financeiro das ações de comunicação interna.
O estudo concluiu que dados como estes estão intimamente ligados ao desafio de cativar e desenvolver lideranças para atuarem junto à comunicação e também vencer o segundo maior desafio apontado pelos profissionais: “conquistar um papel mais estratégico para a área” (13%).
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