A crise deixou mais evidente a necessidade de tornar o uso do dinheiro mais eficiente, seja para quitar dívidas
O setor financeiro está entre os cinco da economia que mais demitiram em 2017. Só entre janeiro e outubro do ano passado os bancos fecharam 17.801 postos de trabalho (informações do Cadastro Geral de Empregados e desempregados – Caged) e a tendência com a informatização e disseminação dos apps bancários é que essa velocidade aumente. Além disso, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos socioeconômicos (Dieese), o primeiro semestre de 2017 foi o pior em termos de fechamento de vagas do setor bancário desde 2009.
O desemprego pode assustar, visto que o reposicionamento no mercado de trabalho para estes profissionais nem sempre é fácil. Voltar aos bancos é uma opção, mas este profissional também tem a oportunidade de explorar uma carreira autônoma que tende a crescer bastante nos próximos anos: Planejador Financeiro Independente.
A crise deixou mais evidente a necessidade de tornar o uso do dinheiro mais eficiente, seja para quitar dívidas, seja para investir corretamente ou para poupar, por exemplo. E este cenário só reforça a ideia de que a população brasileira tem muitas necessidades e potencial a ser explorado, o que abre infinitas oportunidades àqueles que seguirem a carreira.
O Planejador tem três possibilidades: montar o próprio negócio sozinho, montar uma sociedade com outros profissionais ou buscar uma empresa que já tenha uma plataforma e se associar a ela.
A profissão, que já é consolidada em outros países, tem atraído quem se interessa por finanças pessoais também no Brasil. No país, a Academia de Planejamento Financeiro da GFAI é a pioneira em formar estes profissionais.
De acordo com Leanderson Reis, fundador da GFAI e mentor na Academia GFAI, ao final do curso os alunos debatem sobre a melhor alternativa para cada um. “As opções abrem um espectro de oportunidades e dão mais autonomia para o profissional. Há três anos eu vou aos Estados Unidos estudar as tendências do mercado mundial e discutir sobre o trabalho do planejador. É uma carreira com muita expressividade em outros países”, comenta.
Além disso, segundo o site americano CareerCast, a profissão apresenta baixos níveis de estresse, possui boas expectativas de crescimento e salários atrativos que ficam em torno de US$ 107 a 214 mil/ano, nos EUA. Por isso, muitos optam pela carreira.
Desbancarização
A tendência de desbancarização no Brasil também é um fator a ser considerado pelo Planejador Financeiro como oportunidade. O último estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constatou que quase metade da população economicamente ativa é desbancarizada, o que significa um contingente de pouco mais de 50 milhões de pessoas.
Este caminho está sendo seguido por todas as camadas econômicas. Segundo dados do Data Popular, 48% da população desbancarizada pertence à classe média, 11% à classe alta e 37% à classe baixa. O Planejador pode, então, atuar em todas as faixas econômicas e contribuir para a educação financeira do país, orientando o cliente e criando, consequentemente, uma nova mentalidade sobre o uso do dinheiro no Brasil.