Austrália registra forte expansão no setor de engenharia e construção civil, com sobra de empregos para profissionais qualificados

Processo de imigração de engenheiros exige conhecimento técnico rigoroso, mas dá acesso à robusta e diversificada indústria no país

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O setor de construção e engenharia da Austrália está encerrando 2017 com índices de crescimento e geração de empregos que impulsionam a economia do país não só neste ano, mas também no próximo biênio. A previsão do Australian Industry (AI) Group é de alta de 7,1% nos valores totais de projetos entre 2017 e 2018, e de 6,8% no ano fiscal 2018-2019. Os índices médios de empregabilidade aproximam-se de 100% nessa indústria. Com isso, a necessidade de profissionais qualificados cresce exponencialmente, o que representa um momento decisivo para engenheiros brasileiros interessados em trabalhar na Austrália.

Os números são sustentados por investimentos nos mais diferentes segmentos. Obras de infraestrutura de transportes são destaques entre gastos públicos em rodovias, ferrovias, pontes e novo aeroporto em Sydney. Os aportes para melhorar a mobilidade urbana de grandes centros são também significativos. Somente no estado de New South Wales, 73 bilhões de Dólares australianos (ou R$ 182,5 bilhões) são investidos em projetos de contorno rodoviário, nova travessia da baía de Sydney e conexões com trens ou bonde.

Na engenharia de telecomunicações, o investimento mais expressivo é nacional (de AUD 50 bilhões até 2020 – ou R$ 125 bilhões), com a criação da estatal NBN, responsável por planejar, construir e operar no atacado toda a rede de banda larga de fibra ótica do país. Com metas de levar internet com fibra ótica a toda a população, a NBN pressiona a modernização do setor de telecom e sua migração para um regime de livre concorrência, movimentando mais aportes privados.

Em função desses exemplos, os valores dos projetos específicos de engenharia devem crescer 8% no acumulado no ano fiscal 2017-2018, chegando a 10,6% em 2018-2019. Segundo o AI Group, a construção de projetos comerciais também impulsiona o aumento do investimento privado em 10,3% e 12,7%, respectivamente nos dois períodos.

A indústria naval também reforça a expansão do setor de engenharia e construção. O governo federal está investindo AUD 48 bilhões (ou R$ 123 bilhões) na construção de 12 submarinos em Adelaide (South Australia). Esses valores se somam a outros AUD 35 bilhões (R$ 87,5 bilhões) no estaleiro da cidade, onde serão construídos 54 novos navios para patrulha de fronteira e offshore. Engenheiros navais estão sendo demandados para atuar também em Perth, o que evidencia a diversidade regional das ofertas de trabalho.

“As boas notícias do setor de engenharia e construção renovam o otimismo na economia australiana, mas são um incentivo ainda maior para os profissionais qualificados que aguardam uma oportunidade para viver e trabalhar aqui”, avalia MaCson Queiroz JP, diretor da M.Quality, única agência brasileira credenciada de imigração e negócios com 16 anos na Austrália. Como engenheiro residente e certificado no país há 25 anos, ele tornou-se o único especialista em serviços de imigração desses profissionais no país – um processo complexo, mas que abre caminho a brasileiros qualificados para atuar nessa indústria.

Oferta de empregos

A chegada de engenheiros de outros países é considerada a única saída neste momento para suprir a demanda por profissionais qualificados no setor australiano. Entidades locais que representam a profissão, como a Engineers Australia, avaliam que o sistema educacional no país ainda precisaria ser reestruturado para formar mais engenheiros. No curto e médio prazo, porém, o governo tenta atrair os estrangeiros para as funções abertas em praticamente todas as regiões.

No estado de Western Australia (cuja capital é Perth), por exemplo, há obras voltadas à exploração de gás natural e de construção de 15 novas minas das mais diferentes commodities (ouro, lítio e ferro estão entre as principais). Naquela região, sobram empregos: segundo a DFP Resources, 29,6% das ofertas de trabalho ainda não haviam sido preenchidas por falta de profissionais entre janeiro e agosto. As novas vagas para engenheiros em toda a Austrália aumentaram 21,5% apenas no primeiro semestre de 2017.

Reconhecimento profissional

Porém, os engenheiros brasileiros interessados em aproveitar o novo “boom” do setor na Austrália devem passar por um rigoroso processo de reconhecimento profissional. “A validação da formação universitária e da experiência de trabalho exige a comprovação técnica de que o profissional realmente domina o que o governo considera como as habilidades essenciais do engenheiro”, esclarece Queiroz, da M.Quality.

Como o departamento de imigração não reconhece que o curso universitário no Brasil é equivalente ao australiano, o engenheiro que requer o visto de trabalho deve apresentar informações adicionais. “Uma das formas criadas pelo governo da Austrália para avaliar as habilidades do profissional é exigir dele a apresentação de três narrativas técnicas de trabalhos específicos de engenharia”, especifica Queiroz. O detalhamento dessa documentação exige conhecimento sobre itens a serem descritos nessas narrativas. “Não se trata de um processo imigratório igual a outros existentes na Austrália: no caso dos engenheiros, a preparação e a checagem da documentação exigem um acompanhamento e uma linguagem também técnicas”, completa o diretor da M.Quality.

Engenheiros brasileiros interessados no processo de imigração para a Austrália devem inicialmente verificar se atendem aos critérios de elegibilidade ao visto de trabalho. O Departamento de Imigração e Proteção de Fronteiras recomenda que apenas agentes credenciados pelo governo sejam contratados para o processo.

Sobre a M.Quality

A M.Quality é uma empresa de assessoria em imigração, negócios e intercâmbio especializada em processos de visto para a Austrália. Fundada em 2001, é a única agência brasileira do setor que possui licença validada pelo governo australiano há 16 anos. A M.Quality foi criada na Austrália e no Brasil por meio do empreendedorismo de MaCson Queiroz JP, engenheiro eletrônico pela Escola de Engenharia Mauá (SP), ex-instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/SP) e reconhecido consultor imigratório no país. Com sede em Sydney, a empresa possui também escritório em São Paulo.

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