Prefeitura de Jacareí descentraliza EJA e atende funcionários de canteiro de obras

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Fotos: Alex Brito/PMJ)
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“Hoje já posso chegar em casa e ler com meu filho”, disse o aluno de 38 anos Genivaldo Barbosa da Silva. Ele e mais 14 funcionários do canteiro de obras da construtora MRV Engenharia, no bairro Jardim Sol Nascente, estão animados com as aulas que iniciaram há um mês, três vezes por semana, das 7h às 9h, por meio de uma iniciativa da Prefeitura de Jacareí de descentralizar o programa EJA (Educação de Jovens e Adultos) e levar a alfabetização para as pessoas em seu próprio local de trabalho.

Os alunos receberam a visita do prefeito Izaias Santana e da secretária municipal de Educação, Maria Thereza Ferreira Cyrino, na quarta-feira (04). Para o prefeito, que conversou com os alunos, esta iniciativa de levar a EJA para os alunos é um avanço grande, que dará certo.

“Estas pessoas não têm tempo para deslocamento. O cotidiano é massacrante. Abrir esta oportunidade para educar, permitir novos desafios, novos sonhos para um futuro melhor, faz a diferença. A grande facilidade é que os alunos já estão aqui”, disse Izaias.

O prefeito destacou ainda que por mais que se disponham classes descentralizadas, não teria número suficiente de alunos, por causa da evasão. “O adulto precisa ser alfabetizado perto do que ele conhece. É mais eficaz do ponto de vista pedagógico”. Parabenizou os alunos e pediu para que não desistam, que continuem estudando e procurando oportunidades para se profissionalizar.

A secretária municipal de Educação parabenizou a construtora pela iniciativa e aos alunos pelo desafio de voltar a estudar. “Desejo todo o sucesso do mundo para vocês. Agarrem essa oportunidade, porque nada é impossível para quem quer. Este é só o primeiro passo”, disse.

“Existe um trabalho da secretaria no sentido de abrir este espaço, ampliando as salas de EJA. Temos que buscar estas pessoas. Quando assumimos, tínhamos este desafio de descentralizar as aulas. Fizemos no asilo e depois surgiu a MRV com esta intenção, após diagnóstico de funcionários. Decidimos trazer o professor até aqui, otimizando tempo e espaço, abrindo possibilidades para vencer estas demandas descentralizadas”, ressaltou.

Ganhar o pão – Genivaldo Barbosa da Silva, de 38 anos, casado e dois filhos, é armador no canteiro de obras da MRV. Está feliz com as aulas da professora “Bene”, como é chamada carinhosamente pelos alunos. Ele conta como foi sua vida, desde que nasceu em Pernambuco:

“Já tive passagem na escola, mas nunca pude completar. Sempre tive que parar para trabalhar. Sem ler você pode se considerar um cego. Mas a gente tem que ganhar o pão nosso de cada dia, com leitura ou não. Aí surgiu esta oportunidade e eu não quis perder”, comentou.

“Graças a professora Bene, que ensinou que a gente deve ler na frente do espelho, eu agora posso chegar em casa e ler com meu filho de 11 anos. Eu escolho uma leitura e ele outra, e lemos diante do espelho. Ele me incentiva e eu incentivo ele. A gente ajuda um ao outro”, completou.

A professora da sala Benedita Aparecida Costa, a “professora Bene” está satisfeita com andamento da sala. “Tem aluno que assinava com a digital e hoje já praticamente assina o próprio nome. Está sendo muito gostoso trabalhar com este contexto de vida deles, além de trazer este contexto de mundo, ampliando a visão destas pessoas. Torná-los cidadãos críticos e participante da sociedade”.

O coordenador de obras da MRV Marcius Benitez, também esteve presente a visita e ressaltou a importância deste estudo para o estímulo à capacitação profissional destes funcionários, além de melhorar a autoestima. “Facilita o trabalho e a capacidade de alfabetização. Este é o objetivo, que estes alunos se sintam motivados”, falou.

Documentos – Os interessados no EJA devem comparecer às secretarias das unidades com cópias do documento de identidade e comprovante de endereço. As matriculas estão abertas para turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Cerca de 300 pessoas estão matriculadas no EJA, que tem ainda mais uma sala descentralizada no asilo Lar das Acácias, com atendimento para 15 idosos.

(Marta Fernandes/PMJ – Fotos: Alex Brito/PMJ)

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