A partir de agora, crianças com necessidades especiais, mediante indicação médica expedida pelo Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual (CER-II) da Prefeitura, poderão realizar sessões no Centro de Equoterapia da Universidade Univeritas/UNG pelo SUS. O espaço, inaugurado na quarta-feira (16), por meio de parceria entre a Secretaria de Saúde e a instituição de ensino, está localizado no campus Dutra da UnG (rua Anthon Philips nº 446 -Vila Hermínia).
Para realizar sessões pelo SUS no Centro de Equoterapia Univeritas da UNG, o paciente deverá passar por avaliação da equipe multiprofissional do CER-II, que será responsável tanto pela indicação do tratamento, conforme os critérios técnicos do protocolo de Equoterapia do município, como pelo acompanhamento da evolução clínica da pessoa. Presente na solenidade de inauguração, o prefeito Guti agradeceu a Universidade e agradeceu pela parceria que permitirá a oferta do serviço na cidade.
“A Prefeitura não está colocando nenhum centavo nessa parceria. Ao contrário. O município deixará de pagar pelo atendimento, até então, realizado na rede, em torno de R$ 100,00 por cada sessão, de uma hora”, destacou Guti.
Além de contemplar os pacientes encaminhados pelo SUS, o Centro de Equoterapia Univeritas/UNG também atenderá demanda espontânea, com cobrança de consultas cerca de 40% mais baratas em comparação com o preço praticado em clínicas particulares, segundo informou a Universidade. Os atendimentos serão realizados pelos alunos, professores e profissionais da área.
Para o secretário de Saúde, José Sérgio Iglesias Filho, a inauguração do Centro de Equoterapia é uma conquista histórica. “Há muito tempo buscávamos viabilizar essa assistência para atender nossa demanda. Quem ganha com essa parceria é a população que tanto precisa dos nossos serviços. E é isso que nos move e a trabalhar todos os dias como se fosse o primeiro”, explicou o secretário.
Parceria
Pelas bases da parceria, a Prefeitura de Guarulhos, por meio da Escola SUS, ofertará campos de estágios curriculares obrigatórios e extracurriculares supervisionados aos estudantes dos cursos das áreas de Saúde da UNG, como enfermagem, fisioterapia, odontologia, entre outros. Essa contrapartida proporcionará aos universitários vivenciar situações reais para a aplicação prática do conteúdo curricular.
“Todo mundo vai ganhar: nossos alunos, porque poderão colocar em prática o que aprendem na universidade, o município porque terá profissionais mais preparados no futuro e a população em si, com a possibilidade de realizar esse atendimento pelo SUS ou por um preço bem menor do que os praticados no mercado”,avaliou o vice-reitor da Universidade Univeritas/UNG, Eloi Lago.
Equoterapia
Considerado pela Associação Nacional de Equoterapia (Ande) como um método terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de Saúde, Educação e Equitação, as sessões buscam o desenvolvimento psicossocial das pessoas com deficiência ou necessidades especiais. Ainda segundo a Ande, a prática, implantada há mais de 15 anos no Brasil como estratégia terapêutica, é uma metodologia técnica e científica com excelentes benefícios para a saúde.
Dessa forma, proporciona aos assistidos a oportunidade de vivenciar vários acontecimentos ao mesmo tempo. Segundo definição da Ande, além de propiciar disciplina e educação, entre outros benefícios a equoterapia trabalha lateralidade, percepção, coordenação e orientação espacial e temporal. Por requerer do praticante atenção concentrada durante o tempo em que a sessão se desenvolve, também é um fator importante para o bom desempenho do aluno na escola.
“Com isso, ampliaremos as possibilidades de reabilitação no CER II, pois a Equoterapia desenvolve os sistemas proprioceptivo, vestibular e sensório motores, além dos ganhos imensuráveis afetivo-emocionais”, comemorou a gerente do Centro Especializado em Reabilitação, Christina Iglesias.
De acordo com vice-reitor da Universidade Univeritas/UNG, ao montar no cavalo o praticante percebe o mundo de um ângulo diferente, sente-se estimulado, pois observa o ambiente do alto. O movimento do cavalo modifica a percepção auditiva, melhora o equilíbrio e ajuda junto com a visão a construção e organização espaço-temporal. “Esses benefícios aumentam a vontade da criança interagir com o ambiente e essas conquistas fazem com que tenha iniciativa e independência, melhorando sua interação social, estimulada pelo ambiente da equoterapia absolutamente rico em estímulos”, explica.
Já para Everton Luiz Santos, diretor da área da saúde da Univeritas /UNG, após o programa, espera-se que os pais dos praticantes de equoterapia percebam ganhos significativos nos aspectos da função social de seus filhos. “Identificados os ganhos mediante a percepção dos usuários do programa de reabilitação, será possível fortalecer as bases necessárias para manutenção do projeto e reforçar a importância e validade da equoterapia como modelo de reabilitação”, finaliza o professor.
Imagens: Fábio Nunes Teixeira/PMG