A Prefeitura de São José dos Campos vai adotar um novo modelo de gestão na rede de saúde do município baseada na metodologia Lean (“mentalidade enxuta”). Implantada pela Fundação Toyota, o sistema Lean preconiza a padronização e organização dos processos de uma instituição, por meio da adoção de procedimentos mais simples, com o objetivo de minimizar desperdícios de tempo e de recursos financeiros e humanos, em busca da potencialização dos resultados.
Esta semana, um representante do Instituto Lean Brasil reuniu profissionais do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Saúde para apresentar o projeto que visa reestruturar os processos de gestão. Não haverá custos para o município. Segundo o Instituto Lean, a Prefeitura de São José dos Campos será a primeira do Brasil a adotar a metodologia em sua rede básica.
Inicialmente, o modelo será implantado em duas unidades básicas – uma UBS tradicional e uma UBS que conta com equipe da Estratégia Saúde da Família. O Instituto Lean agora fará o desenho do projeto de gestão e marcará, para os próximos meses, encontros periódicos com representantes das unidades para dar início efetivamente aos trabalhos.
Posteriormente, após a experiência adotada nestas duas UBSs, o objetivo é expandir o modelo para as demais unidades de saúde do município. De acordo com a Secretaria de Saúde, como se trata de uma mudança de cultura, o processo precisa ser implantado por etapas.
O sistema Lean preconiza que, com medidas simples e de baixo custo, é possível otimizar o atendimento e proporcionar a satisfação de pacientes e profissionais, além de transformar a realidade gerencial e potencializar resultados, com melhor aproveitamento do potencial humano.
Hospital Municipal
Na rede pública, o modelo Lean já foi adotado no Hospital Municipal, com bons resultados. Iniciativas como a classificação de risco, a mudança do layout da área do pronto-socorro e a substituição de drogas injetáveis por outras de uso oral, para portadores de dor e de crises de asma, tiveram grande impacto. Em curto prazo, a permanência dos pacientes de menor complexidade passou de 3 horas e 24 minutos para 1 hora e 55 minutos, uma redução de 56%.
Outra iniciativa importante foi a sinalização das macas, de acordo com a necessidade de cada paciente em observação, que melhorou a rotina e a comunicação entre os profissionais, otimizando o atendimento e o tempo de permanência dos pacientes no pronto-socorro da instituição.
Segundo a direção do HM, o modelo começou pelo pronto-socorro, mas será disseminada para todos os setores da instituição.