Com o objetivo de tornar a sala de aula um lugar mais atrativo para os alunos, trazendo soluções inovadoras que ajudem a tornar o aprendizado mais mão na massa, colaborativo e lúdico, cerca de 50 professores das escolas municipais de São Bernardo participam do 2º Festival de Invenção e Criatividade (FIC Maker), entre (13/03) e quinta-feira (15/03). Além de conhecer o trabalho realizado por outras instituições, os docentes também apresentarão o resultado das ações desenvolvidas com os alunos do Ensino Fundamental (1º a 5º ano).
Organizado pelo CITI-USP (Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas da Universidade de São Paulo), Lifelong Kindergarten (MIT Media Lab, Laboratório de Mídias do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA), Programaê (Fundação Lemann e Fundação Telefônica Vivo) e Rede de Aprendizagem Criativa, o evento também conta com o apoio da Prefeitura de São Bernardo.
A professora Verônica Gomes dos Santos, da EMEB Neusa Macellaro Callado Moraes, na Vila Euro, ministrará uma das oficinas no FIC Maker, explica como a aprendizagem criativa contribui com o desenvolvimento dos alunos.
“A aprendizagem flui de forma horizontal. O aluno está à frente do processo, mas isso não significa que o professor perde a sua função de ensinar. Diferentemente das aulas convencionais, nas quais os alunos são receptores do conhecimento que o docente traz à sala de aula, o estudante é o protagonista de seu aprendizado, somando às suas vivências. Como eles colocam a mão na massa, o que foi aprendido não será esquecido e o professor torna-se um orientador nessa evolução”, disse.
Pioneira na multiplicação da iniciativa dentro da sala de aula, a rede municipal de São Bernardo tem compartilhado sua experiência em diversos eventos, entre eles, a apresentação de um painel na Campus Party 2018, em 02 de fevereiro.
A aprendizagem criativa tem o objetivo de tornar a sala de aula um lugar mais atrativo para os alunos, trazendo soluções inovadoras que ajudem a tornar o aprendizado mais mão na massa, colaborativo e lúdico. Esse conceito foi criado há mais de 50 anos por Seymour Papert, do MIT Media Lab.
Nas escolas de São Bernardo são realizados com alunos projetos envolvendo programação e construção de brinquedos e projetos diversos, tanto nos laboratórios de informática como na sala de aula para apoio às disciplinas. Entre as ferramentas utilizadas estão materiais recicláveis, lego, robótica e o Scratch, linguagem de programação em blocos desenvolvida pelo MIT criado especialmente para crianças, permitindo a criação de animações, histórias interativas ou jogos em navegador. Além de atender os alunos do Ensino Fundamental, a ação será ampliada para os alunos da Educação Infantil (Pré-Escola).
Aulas mais divertidas – Para a professora Eliete de Moura Beserra Esturari, que leciona para alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da EMEB Neusa Macellaro Callado Moraes, a aprendizagem criativa contribui com a socialização dos estudantes. “Estamos fazendo uma atividade de ciências. Para quem vê de fora, parece que a sala está uma bagunça. Mas, na realidade, cada um está desenvolvendo a atividade da melhor maneira. Um ajuda o outro, o que acaba completando o que é ensinado na sala de aula”, afirmou.
Com 23 anos de experiência como professora, Eliete reconhece que a aprendizagem criativa ajuda a manter a atenção dos alunos, situação que é mais difícil no método convencional. O aluno Lucas dos Santos Cavalcante, de 10 anos, concorda com a docente. “Aprender essa forma é muito mais divertido do que ficar assistindo aula”, disse.
Segundo a secretária de Educação, Suzana Dechechi, a aprendizagem criativa permite que a sala de aula se torne um local muito mais significativo para as crianças. “Ao aprender, dessa forma, as crianças se expressam mais e melhor. Estamos investindo na formação de pessoas que não aceitarão ideias pré-determinadas, mas cabeças pensantes e criativas”, disse.
Por: Kati Dias