No dia 21 de junho inicia o inverno. A estação com temperaturas mais baixas pode ser bastante desafiadora no que diz respeito ao cuidado de bebês e crianças. O clima mais frio aumenta a incidência de doenças respiratórias, que podem afetar a saúde tanto de adultos como de crianças. Entretanto, os pequenos são muito mais suscetíveis a desenvolver complicações em decorrência das baixas temperaturas. Uma das principais doenças respiratórias que atingem as crianças abaixo de dois anos, principalmente nos meses de inverno, é a bronquiolite. Causada por alguns tipos de vírus, a doença produz uma inflamação nos bronquíolos (a parte final da via aérea) e ocasiona diversos sintomas, como tosse, congestão nasal, dificuldade respiratória (respiração rápida e esforço muscular para respirar), chiado no peito e febre.
Alguns bebês têm um maior risco de desenvolver a doença e suas complicações, como os prematuros e os bebês que apresentam doenças cardíacas e pulmonares. No primeiro caso, o Ministério da Saúde disponibiliza vacinas especiais para os prematuros extremos. A exposição ao cigarro, não somente à fumaça, mas também ao cheiro que fica nas pessoas e em suas roupas, é extremamente prejudicial, assim como o contato com pessoas gripadas em ambientes fechados.
O tratamento da bronquiolite é apenas sintomático, ou seja, não é indicado o uso de expectorantes, antigripais, antibióticos, brocodilatadores, nebulizações ou vaporizações, pois além de não auxiliarem no tratamento, podem piorar os sintomas e agravar a doença. A bronquiolite é uma doença que produz bastante secreção, que os bebês não têm uma boa capacidade de eliminar, pois não sabem expectorar adequadamente, desta forma, acumulam muito catarro, o que dificulta a respiração. Por isso, é necessário ajudá-los na eliminação das mesmas, realizando irrigações nasais com produtos à base de soro fisiológico e aspirações nasais. Essas medidas são muito importantes, e podem ser realizadas em casa. Além disso, uma boa alimentação, hidratação, analgésicos e antitérmicos habituais como o paracetamol, caso o bebê apresente dor e febre, podem ser suficientes no tratamento da bronquiolite.
É importante destacar que os bebês que recebem aleitamento materno estão mais protegidos das formas mais graves da doença, apresentando uma recuperação mais rápida e com menores riscos de complicações. Para prevenir a bronquiolite, é importante evitar a exposição ao cigarro, higienizar as mãos com água e sabão antes de tocar no bebê, evitar o contato com pessoas gripadas, evitar ambientes fechados e com muitas pessoas, e ofertar leite materno.
Dr. Marcelo Saldanha.
Médico Pediatra Especialista em Medicina Intensiva Pediátrica.
CREMERS 21004
Website: http://www.marcelosaldanhapediatra.com
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