Hospital de Clínicas da Unicamp bate recorde de transplantes

Foram realizados 485 operações, maior número na história da instituição, e 134 a mais que em 2016; desde 1984, foram realizados 6.753

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O número de transplantes de órgãos realizados em 2017 pelo Hospital de Clínicas da Unicamp é um recorde. Foram realizados 485 transplantes, 134 a mais que em 2016. Um aumento de 38% , o maior número na história da instituição.

A Organização de Procura de Órgãos (OPO-HC) também superou 2016 em notificações e doações. Foram 371 notificações contra 334 e 132 doadores contra 97 do ano anterior. Desde 1984, já foram realizados 6.753 transplantes.

A especialidade de fígado aumentou em 48% os procedimentos em relação a 2016 e também totalizou um novo recorde de 70 procedimentos. O anterior foi em 2008, com 55 transplantes.

A doenças mais comuns para indicação de transplante hepático são a cirrose hepática de origem viral, alcoólica – mais de 70% dos casos -, seguida da doença de atresia das vias biliares, a maior causa de transplante de fígado em crianças. “Além da assistência, somos uma unidade de capacitação profissional”, ressalta Ilka Boin, coordenadora dos transplantes hepáticos.

Já os transplantes de rins também bateram recorde desde o início das atividades, em 1984. Foram 148 contra 146 de 2010.

“O número grande de feriados não impediu que superássemos os recordes anteriores”, destaca a coordenadora do Programa de Transplante Renal da Unicamp, a professora Marilda Mazzali, da Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Ciências Médicas – FCM. Em 2016, houve registro de outro recorde ainda vigente: 18 transplantes renais em um único mês (fevereiro).

Para o coordenador da OPO e neurologista, Luiz Antonio da Costa Sardinha, a marca alcançada pelo HC tem uma relação direta com a disponibilidade de órgãos no Estado.

“A Organização de Procura de Órgãos do HC da Unicamp atua no incentivo do aumento do número de doadores reforçando que a atuação da família doadora é fundamental em todo esse processo. Acrescentamos ainda que, sem doador, não há transplantes”, enfatiza Sardinha sobre a árdua missão de convencimento da família em um momento difícil.

Hoje, o HC da Unicamp está entre os hospitais que mais realizam esses procedimentos no país, é um dos 10 no Estado de São Paulo e o que mais realiza procedimentos no interior.

Desde 2006, o HC é premiado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, através do Prêmio Destaque em Doação de Órgãos “Oscar do setor”, por sua produção crescente, especialmente em fígado, rins e OPO. A OPO-HC foi a que mais disponibilizou no ano passado corações (22) e pulmões (18) para o Estado de São Paulo.

Entre os órgãos que podem ser doados, o coração e o pulmão são os que possuem o menor tempo de preservação extra-corpórea: de 4 a 6 horas.

Fígado e pâncreas vêm em seguida com tempo máximo para transplante de 12 a 24 horas e os rins podem levar até 48 horas para ser transplantados. Já as córneas podem permanecer em boas condições por até sete dias e os ossos até cinco anos.

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