O Brasil movimenta, por ano, cerca de R$ 8 bilhões no mercado fitness, cuja receita corresponde a 0,13% do PIB nacional, segundo dados da International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA). Já a Associação Brasileira da Indústria do Esporte mostra que, dentro do segmento, a indústria de moda esportiva se destaca, com faturamento anual em torno de R$ 4,73 bilhões.
Isso falando-se em mercado interno. Em termos de exportações, no geral o Brasil registrou US$ 200,154 bilhões em vendas ao exterior em 2017, alta de 18,2% sobre 2016, de acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O crescimento englobou todas as categorias de produtos.
Dois mercados que atraem players brasileiros: tanto o fitness, quanto o de exportações. Um dos cases nacionais é a Bia Brazil, primeira microempresa brasileira a exportar, ainda em 1995, e hoje uma das maiores exportadoras do país em roupa activewear, que em 2017 fechou vendas ao exterior de 15 a 20 mil pecas/mês para mais de 60 países.
A empresa tem no e-commerce sua principal vitrine, mas também conta com show room nos EUA e Portugal, além de lojas licenciadas na Finlândia , Paraguai, Portugal, México, EUA, Líbano e Croácia. No final de 2017, a marca assinou contratos com Espanha e Irã.
Ainda em 2018, mais duas lojas serão abertas na Croácia – uma em um shopping, em abril, e outra na praia, em junho. A meta, segundo a fundadora e CEO, Beatriz Dockhorn, é crescer 18% em receita, com reforço também da abertura de franquias no Brasil e aumento do mix de produtos com as linha praia, infantil e acessórios.
Especialista no ramo, Beatriz gere hoje uma equipe de 58 funcionários diretos e em torno de 150 indiretos. A executiva ressalta que o negócio iniciou como uma microempresa, mas sempre teve os olhos no exterior.
“Começamos direto na exportação. Nunca quis depender do mercado brasileiro, pois a instabilidade é muito grande”, conta a CEO. “Os clientes de outros países são mais sérios e parceiros. Isto nos fez escolher trabalhar tanto anos somente vendendo para outros países”, completa.
Uma das precursoras da criação da APEX – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Beatriz é ex-atleta e foi de sua experiência no esporte que extraiu a essência de seu negócio. “Sabia o que faltava no mercado de outros países, pois viajava muito representando o Rio Grande do Sul e o Brasil. Criamos os produtos com base neste conhecimento”, relata.
A CEO, que falará sobre toda sua trajetória no evento Mesas TI, realizado pelo SEPRORGS no dia 06 de abril, das 11h30 às 14h, no Deville Hotel, em Porto Alegre-RS, é também presidente da Associação Brasileira de Bens de serviço do Esporte( Abrese).
Apesar da expansão das lojas físicas, o negócio da Bia Brazil se mantém focado no e-commerce. Um tiro certeiro, já que o segmento deverá dobrar sua participação no faturamento do varejo até 2021, crescendo em média 12,4% ao ano. Pesquisa do Google indica que as vendas online dobrarão em cinco anos, chegando a R$ 85 bilhões.
Ainda segundo o estudo, a participação do comércio eletrônico deverá saltar de 5,4% para 9,5% em 2021, sendo que no período mais 27 milhões de pessoas farão sua primeira compra online, totalizando 67,4 milhões de usuários – nada menos do que 44% dos internautas em cinco anos.