4 erros comuns que você deve evitar enquanto empreender

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No ano de 2019 a taxa de empreendedorismo no Brasil chegou a quase 40%. Os dados são da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em parceria com o próprio SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Em números absolutos a pesquisa indica a quantidade de empresários existentes em comparação com o número total de habitantes em idade de trabalho. 

Sendo assim, temos mais de 50 milhões de brasileiros com pelos menos uma Pessoa Jurídica em seu nome.

Não é preciso ser especialista para identificar que esses números são muito positivos. 

Nesse sentido, o Brasil chega a superar economias como as da Rússia e até da China. Porém, há outros números que também são grandes, e bastante preocupantes.

Segundo as mesmas fontes, 80% das microempresas fecham no primeiro ano. Ou seja, a cada dez empresas, duas fecham dentro desse período. 

E a estatística piora: dessas duas que resistem por mais de um ano, uma fechará antes de atingir os cinco anos.

No entanto, existem algumas dicas essenciais que podem ajudar qualquer empreendedor a entender não apenas o universo em que está entrando, como qual é o caminho que precisa trilhar para fazer parte dos negócios que prosperam.

Então se quer compreender melhor esse cenário, seja como empreendedor que acabou de abrir um negócio ou está às portas de fazê-lo, seja como um empresário que já se estabeleceu, mas certamente ainda encontra riscos e desafios, siga adiante na leitura.

Por que muitos evitam falar nos erros?

Hoje em dia existem muitos canais que podem auxiliar empreendedores e empresários a compreender melhor o universo dessa iniciativa incrível que é a de propor uma solução para o comércio, por meio de produtos ou serviços.

Temos iniciativas governamentais, palestras, conferências, workshops, entre outros formatos em que muitos empresários de sucesso dão seu próprio testemunho.

E temos, é claro, a própria internet, que é um manancial de informações valiosas e dicas.

O interessante é que, em todos esses formatos de auxílio e subsídio, é possível ter acesso a dicas para os segmentos mais variados. 

Indo desde prestação de serviço como manutenção de ar condicionado, até manufatura de alimentos, roupas, tecnologias, entre outros.

Contudo, nem sempre é comum ouvir falar em dicas de como não errar. Talvez, porque alguns prefiram uma abordagem mais otimista e “palatável”. 

Porém, a verdade é que é preciso ser realista, o que não implica nem em pessimismo, nem em otimismo, mas em franqueza.

Se alguém quer empreender na área de empresa de limpeza pós obra, por exemplo, o caminho a ser traçado não é uma questão de opinião. 

As análises de conjuntura, planos de negócios e estudos que precisam ser feitos são algo linear e racional.

Grosso modo, trata-se de compreender como está o cenário de engenharia e construção civil: se está bem, haverá demanda para limpeza de chão de obra, do contrário, não. 

Também é preciso ver o médio e longo prazo do mercado, e cruzar com seu capital de giro, por exemplo.

Sendo assim, selecionamos os 04 erros mais comuns que os empresários quase sempre acabam cometendo, tantos os de primeira viagem como alguns veteranos:

  1. O perfeccionismo e a procrastinação;
  2. A falta de clareza sobre os objetivos principais;
  3. A falta de um plano de negócios embasado;
  4. A desorganização e perda da visão mais ampla.

Adiante aprofundaremos cada um deles. Sempre com foco em tornar claro como é possível, por meio de autocrítica, atenção e dedicação, evitar todos esses erros.

1- Os níveis e problemas do perfeccionismo

Existe um velho conselho que diz que “o perfeito é inimigo do bom”. Também assim, um dos maiores inimigos de uma pessoa de negócios é o perfeccionismo.

Muitas vezes, é possível que a pessoa esteja se escondendo atrás do medo de não conseguir chegar onde queria. 

Além disso, não é incomum sentir medo de fracassar, seja por vergonha do que os outros vão dizer, seja pelo prejuízo que isso acarretará.

Sobretudo quando o prejuízo não é apenas de perda de tempo, mas de um capital financeiro grande, como no caso de alguns ramos que exigem um aporte maior de investimento. 

Um exemplo é o negócio de cozinha industrial, que lida com equipamentos como freezers, vitrine expositora para padaria e fornos de alto valor agregado.

Esse erro geralmente é apontado com um dos principais a gerar bloqueios na motivação de um empreendedor. 

Além disso, ele se confunde com outros problemas, como o da procrastinação ou até mesmo de uma aparente “falta de comprometimento”.

Pode parecer irônico ou contraditório, mas é isso mesmo: a pessoa acaba indo do extremo de dizer que não pode iniciar algo enquanto não tiver a situação ideal e perfeita, mas acaba em uma indolência que demonstra falta de interesse.

Na prática, o problema ainda pode se traduzir em um cenário bem comum: o fundador do negócio tem medo de assumir as responsabilidades da empresa em tempo integral, então vai conciliando com negócios paralelos. No final, não faz nem uma coisa, nem outra.

Há alguns segmentos bons para isso, como setores de serviços domésticos. 

Um exemplo é o negócio de limpeza de colchão a seco, que é possível ser iniciado com pouco capital, e ir avançando aos poucos. Por isso mesmo, ele precisa ser bem aproveitado.

2- Fazer o que gosta ou correr atrás das novidades?

O segundo erro mais comum diz respeito a outra lição que também pode ser extrapolada para as demais áreas da vida, como aquelas de que costumamos ouvir falar em ditados e provérbios populares.

Trata-se do seguinte: a pessoa não pode fazer algo de que gosta. 

Esse problema tem muitas facetas, uma das principais é a de que um empreendedor que não sabe exatamente o que quer fazer pode cair em ideias simplistas e financeiramente perigosas.

O primeiro tipo de ideia simplista é ver alguma ideia que está “bombando” naquele momento e mergulhar nela de cabeça, investindo todo dinheiro e tempo de que se dispõe. 

Depois a ideia se revelava algo sazonal, a moda passa e só deixa para trás o prejuízo.

Alguns setores são bem tradicionais, robustos e certamente sempre terão demanda. 

Um exemplo é a área de fornecedor de refeições coletivas, não apenas, porque “vender comida dá dinheiro”, como dizem. Mas, porque sempre haverá a necessidade da alimentação fora do lar para funcionários, colaboradores e encarregados em geral. 

Esse segmento também é chamado de food service, ou de catering.

Um exemplo de sazonalidade nessa área seria o de alimentos muito típicos, como algumas guloseimas e sobremesas que entram em moda por um tempo, mas logo passam. 

Por isso é preciso ter foco e saber o que se quer desde o começo.

3- As pautas principais de um plano de negócios

Além de perfeccionismo ou procrastinação, e de falta de foco ou clareza nos objetivos, existem problemas mais técnicos e propriamente comerciais que são um risco para o empreendedor.

O principal deles é a falta de planejamento. Lembrando que qualquer plano de negócios ou business plan precisa conter várias informações teóricas e práticas, cujo cerne consiste em compreender o segmento e os diferenciais da empresa que será aberta.

Por exemplo, se o empreendedor vai trabalhar com prestação de serviços prediais, ele precisa estudar outras empresas de instalações elétricas prediais.

Para assim, saber tudo sobre preços praticados, prazos, infraestrutura, entre outros. E com base nisso entender melhor sua própria proposta.

Os principais dados de um business plan são os seguintes:

  • Análise do seu segmento e mercado;
  • Detalhamento do seu público-alvo;
  • Projeção do capital inicial e de giro;
  • Previsão de um bom plano de marketing;
  • Detalhes de infraestrutura e operação;
  • Crescimento de médio e longo prazo.

Várias coisas podem levar à falta de um plano de negócios. A maior delas é a falta de experiência, bem como a falta de estudo e paciência.

Como se diz, sonhar não basta, é preciso ter técnica. A qual técnica pode ser conseguida por muitos meios diferentes, sendo o mais difícil deles o da dor e do erro. Por isso é valioso seguir conselhos como os deste post.

4- Qual o risco de perder o horizonte?

Há um problema muito comum no universo corporativo, o qual pode abater tanto novos empreendedores quanto empresários já consolidados, se não tomarem cuidado.

Trata-se da famosa correria do dia a dia. Imaginemos que a empresa trabalha com transportes de luxo, faz traslado de diretores e dispõe de motorista executivo bilíngue, entre outras atividades típicas desse setor.

Não é difícil imaginar o caos que um negócio assim pode se tornar por falta de organização das agendas e otimização dos processos. 

Às vezes o erro consiste na falta de planejamento inicial, em outros casos, pode vir de uma expansão mal planejada.

O maior risco de tudo isso é a perda do horizonte. A correria do dia a dia acaba com todas as energias de que um empreendedor precisa para parar, descansar, ampliar sua visão sobre o cenário, e traçar estratégias de longo alcance.

Setores de tecnologia também correm esse risco, pois alguns lidam com equipamentos hospitalares, outros com estabilizador de energia industrial, que fica responsável por máquinas que não podem parar de produzir nunca, e daí por diante.

Evitando todos esses erros mencionados, certamente um negócio estará mais perto de entrar para a lista daqueles que sobrevivem aos primeiros anos.

E mais ainda, com o aprendizado teórico e a prática constante, ele trilhará o caminho do sucesso sustentável.

 

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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