Em um ano, o Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo aumentou em 44,5% o número de cirurgias realizadas. O aumento se deu pela introdução do método internacional, agora adotado pelo hospital estadual em Mogi das Cruzes.
A unidade, gerenciada em parceria com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, apresentou maior rapidez nos atendimentos. O total de procedimentos cirúrgicos mensais realizados na unidade passou de 415 em janeiro de 2016 para 600 em dezembro.
A ampliação foi obtida graças à adoção do método internacional Choosing Wisely, ação com o objetivo de promover uma reflexão dos profissionais da área médica para reduzir potenciais danos a pacientes, promovidos pela utilização excessiva ou inadequada de exames ou tratamentos.
A unidade busca reduzir o uso excessivo de exames e procedimentos dispensáveis, através de uma mudança cultural no corpo clínico.
Na unidade, foi desenvolvido um programa de treinamento. Foram implantados protocolos clínicos de indicação de exames e procedimentos complementares. Seja na emergência ou no ambulatório, as medidas passaram a ser mais criteriosas.
“Sempre reforço que Choosing Wisely significa escolhendo sabiamente. A meta é garantir o cuidado certo, na hora certa, aos pacientes, evitando o uso inapropriado de recursos na saúde. O uso inapropriado pode até causar danos ao paciente”, afirma Luiz Carlos Viana Barbosa, diretor clínico do Luzia de Pinho Melo.
Um dos pilares para alcançar esse resultado foi a melhoria no relacionamento entre médico e paciente. “Na medicina atual, o resgate dessa relação é visto como um meio essencial e complementar aos avanços tecnológicos. Anteriormente, o acolhimento era maior, o profissional escutava mais as queixas e dificuldades do paciente. Atualmente, muitos profissionais estão mais focados nos exames complementares, em detrimento da história do doente e da doença. Ao promover esse resgate na unidade, apenas no pronto-socorro as solicitações de exames de imagem caíram 50%”, afirma o diretor.
A paciente Beth Henzel disse que gostou. “Fui bem atendida por médicos e nos exames feitos!”, disse Beth. Mas, ela também fez uma observação: “os pacientes deveriam falar mais baixo, pois não se houve nada”, finalizou.