O Dia Mundial da Prematuridade é comemorado em 17 de novembro. Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgada em dezembro de 2016, mostra que a taxa de prematuridade no país é de 11,5%, quase duas vezes superior à observada nos países europeus. A coordenadora de enfermagem e responsável pela UTI Neonatal da Maternidade Brasília, Dayane de Barros Ferreira, afirma que a data é importante para a conscientização dos cuidados com o bebê prematuro e apoio à família que tem filhos internados em UTI Neonatal . “Os pais esperam que o bebê vá para casa, mas quando ele nasce antes do tempo e precisa receber cuidados especiais, há uma separação. Então, esses pais também precisam de apoio”, esclarece.
Normalmente, uma gestação dura cerca de 40 semanas. O bebê prematuro é aquele que nasce com menos de 37 semanas. Quando isso ocorre, o bebê fica um longo período hospitalizado, porque os órgãos ainda não estão totalmente formados: coração, cérebro, pulmões, pele são alguns dos órgãos que ainda precisarão crescer e se desenvolver em ambiente extrauterino. O bebê prematuro precisa respirar sozinho (sem aparelhos), ganhar peso, crescer e conseguir mamar adequadamente para receber alta.
Com tantos detalhes para aprender, os pais devem permanecer o maior tempo possível, acompanhando os cuidados da equipe e conhecendo seu filho. Na Maternidade Brasília, os pais podem acompanhar o seu bebê 24 horas por dia dentro da UTI Neonatal e são convidados a participar da rotina e dos procedimentos, sempre que possível. “Esse é um diferencial que auxilia na recuperação do bebê, uma vez que ele pode ter um contato mais frequente com os pais”, explica Dayanne de Barros Ferreira.
Para que o bebê consiga se alimentar diretamente no seio da mãe é feito um trabalho de estimulação com o auxílio das fonoaudiólogas. De acordo com a coordenadora da equipe de fonoaudiologia da Maternidade Brasília, Bivanete Cândido Araújo, a coordenação entre sucção, deglutição e respiração é um processo complexo e indispensável na introdução de uma via oral segura para os recém-nascidos. Bivante Araújo reforça que o trabalho de toda a equipe é focado para que o bebê se recupere o mais rápido possível. “Quanto mais ele for estimulado da forma adequada, mais rápido ele suga e pode ir para o aleitamento exclusivo no seio materno. Isso oferece segurança para a mãe e para o bebê, que pode voltar para casa mais cedo do que o esperado”.
Leite materno
Os profissionais da Maternidade Brasília estimulam a ordenha beira leito. A mãe retira o próprio leite que é ofertado imediatamente para o seu bebê. “Na maioria das vezes, o prematuro nasce apresentando desconforto respiratório ou com baixo peso e não pode iniciar sucção em seio materno de forma imediata, pelo esforço que é feito durante amamentação. Por isso, o leite é ofertado direto nas sondas”, destaca Dayane.
O Banco de Leite Humano é responsável pela promoção, incentivo ao aleitamento materno, auxílio às mães que tenham dificuldades na amamentação, além de realizar a pasteurização desse leite, que é o processo para verificar a integridade e esterilidade das doações recebidas. A Maternidade Brasília possui um Banco de Leite Humano especializado e certificado com padrão Ouro. Ele assegura a doação, o processamento adequado e a distribuição do leite materno, cumprindo as normas técnicas de processamento e controle de qualidade. Além de oferecer estrutura física, equipamentos e recursos humanos especializados.
UTI Neonatal
É o setor especializado para receber e atender os bebês prematuros ou em estado delicado de saúde. De acordo com a responsável pela UTI Neonatal da Maternidade Brasília, Dayane Ferreira, a equipe especializada está à disposição 24 horas. “São médicos neonatologistas, pediatras, cardiologistas pediátricos, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros profissionais. Além da equipe de enfermagem especializada em cuidados com recém-nascidos e enfermeiras especialistas em neonatologia”, reforça.
Além da participação integral dos pais nas atividades do setor, a UTI Neonatal da Maternidade Brasília preza pela humanização no cuidado e conta com alguns projetos, como o Projeto Octo, em que polvos de crochê ajudam os recém-nascidos a se sentirem mais seguros e confortáveis durante o processo de internação e recuperação. Também possui o Horário do Soninho, que ocorre diariamente e é o momento em que todas as luzes da UTI são desligadas e nenhum procedimento é realizado para que o bebê tenha um momento de relaxamento.
Como prevenir
Alguns fatores aumentam a possibilidade de um parto prematuro como a gestação de prematuro anterior, tabagismo e a idade da mãe (mulheres acima de 35 anos e abaixo de 17 anos). “A melhor maneira de prevenir um parto prematuro é fazer um acompanhamento pré-natal adequado desde o início da gestação”, ressalta a coordenadora de enfermagem, Dayane de Barros Ferreira.
Dia Mundial da Prematuridade
Na semana de 6 a 10 de novembro, a Maternidade Brasília preparou uma programação especial que inclui palestras ministradas por especialistas sobre: os primeiros cuidados com os prematuros, estimulação oral com fonoaudiólogos, toque de borboleta com psicólogos, massagem shantala com a equipe de fisioterapia, colostroterapia, funcionamento do banco de leite e ordenha. As atividades incluem também uma sessão de fotos no estilo new born para os recém-nascidos. Já no dia 17 de novembro haverá um encontro das mães que já estão em casa com as que ainda estão com bebês internados. Neste dia, as fotos serão expostas e entregues para as famílias.
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