
Energia limpa está na pauta do governo estadual. Pensando nisso, a Cesp – Companhia Energética de São Paulo acaba de anunciar um projeto de pesquisa para implantação de uma planta de geração a biogás no campus da Unesp em Jaboticabal.
Será produzido ainda um Atlas Estadual da Bioenergia e uma modelagem para a comercialização da energia gerada. Ao todo, serão investidos R$ 3,9 milhões no projeto, que tem a participação na produção das pesquisas a USP e a Unesp, além do apoio da Secretaria de Energia e Mineração.
“Estamos fazendo com que a universidade, com apoio da Cesp, leve a prática das diversas formas de uso das energias renováveis ao mercado”, disse o secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, João Carlos Meirelles. Ainda de acordo com Meirelles, é fundamental pensar no longo prazo. “É preciso que se garanta energia para o futuro, e essa parceria indicará caminhos a serem seguidos“, destacou o secretário.
Para dar respaldo ao estabelecimento de rotas tecnológicas no processo de cogeração integrada com biogás, será instalada na Faculdade de Ciências Agronômicas e Veterinárias da Unesp, em Jaboticabal, uma planta de geração a biogás com alimentação a partir de biodigestor anaeróbio.
O campus foi escolhido por contar com dejetos animais e uma plantação de batata doce, que servirá como insumo experimental, além de vinhaça proveniente de plantas de cogeração de grande porte localizadas próximo à faculdade.
“A energia firme, fornecida pelas hidrelétricas, deverá ser cada vez menor. Por isso a importância de se criar novas possibilidades de geração por outras fontes”, afirmou Ricardo Toledo Silva, secretário-adjunto de Energia e Mineração do Estado de São Paulo.
O projeto de P&D da Cesp, que está registrado na Aneel, terá como um dos produtos o Atlas de Bioenergia do Estado de São Paulo. Serão produzidos mapas temáticos que apresentarão o potencial da biomassa e a respectiva capacidade de geração elétrica e a produção de biogás, de cada biomassa analisada (resíduos da agricultura, agroindústria, silvicultura, resíduos sólidos urbanos, dejetos animais e esgoto).
“Temos muita biomassa ainda não aproveitada para energia. Palha e bagaço de cana, florestal, resíduos sólidos e dejetos animais, que são enterrados ou não utilizados. Esse projeto é de extrema importância para o desenvolvimento de atividades que utilizem essas biomassas para cogeração”, disse Rubens Rizek, secretário-adjunto da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
São Paulo tem potência instalada de 5,7 gigawatts de biomassa de cana-de-açúcar. “Será fundamental identificar o potencial paulista em outras biomassas como resíduos sólidos, cavaco de madeira, vinhaça, entre outros. Isso dará um novo horizonte para o setor energético paulista”, destaca o subsecretário de Energias Renováveis, Antonio Celso de Abreu Junior.
A coordenadora de Projeto da USP/IEE – Instituto de Energia e Meio Ambiente, Suani Teixeira Coelho, falou da importância do mapeamento. “O Atlas da Bioenergia irá identificar as possibilidades por região, por município e por diferentes tipos de biomassa”, afirmou a professora.