Assédio sexual e violência contra as mulheres foram focos de debate do #SmashTheGlass na quarta-feira (07). A segunda edição do evento aconteceu no auditório da Pinacoteca e contou com uma plateia lotada de mais de 150 pessoas.
O encontro, que durou quatro horas, foi organizado pela Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (AEAI) do governo de São Paulo, em parceria com o governo do Canadá. Neste ano, além de discutir a agressão física, moral e sexual da mulher, ressaltou a necessidade de melhorar o atendimento à essas vítimas.
Logo na abertura, Ana Paula Fava, chefe da AEAI, comentou sobre a importância de realizar um evento como este em meio à posição da mulher na sociedade. “Precisamos de mais mulheres fazendo política, apenas 10% dos nossos deputados federais são mulheres, menos de 15% dos vereadores”, afirmou Ana Paula.
Antes do início dos painéis, a chefe da AEAI ainda anunciou o novo programa da pasta, intitulado “Programa de Mulheres Mentoras”. A ação vai abrir inscrições para as jovens mulheres interessadas em trabalhar em órgãos do setor público. “O objetivo é que as mentoras transfiram conhecimento para suas ‘mentorandas’”, afirmou Rovena Negreiros, diretora do Seade e uma das 10 mentoras selecionadas para o programa.
Também no começo, o cônsul-geral do Canadá em São Paulo, Stephane Larue, lembrou das conquistas canadenses com a eleição do primeiro-ministro Justin Trudeau em novembro de 2015.
“Um dos principais compromissos do Canadá é combater a violência de gênero e ampliar a discussão sobre as causas, efeitos e maneiras de combater o abuso sexual. Quanto mais debatermos temas relevantes como este, mais poderemos direcionar nossos esforços conjuntos para melhorar a condição das mulheres na sociedade e conscientizar os homens da importância de combater a violência e o machismo cotidiano”, avaliou Larue.
Em seguida, o primeiro painel começou com a participação de Kelly Campos, presidente do Comitê da Diversidade da OAB de Suzano e colaboradora do Ativismo de Sofá, Cristiane Pereira, coordenadora do Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI), Marisa Sanematsu, diretora de conteúdo da Agência Patrícia Galvão, e Maíra Zapater, doutora em Direitos Humanos pela USP e especialista em Direito Penal e Processual Penal. A conversa foi moderada pela jornalista norte-americana Sarah DiLorenzo.
A segunda mesa foi composta por Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que divulgou o material sobre violência contra a mulher. “Se considerarmos o último relatório da Organização Mundial da Saúde, o Brasil ocuparia a 7ª posição entre as nações mais violentas para as mulheres de um total de 83 países”, relatou.
Programação de “O Mundo que Queremos”
Com apoio da Secretaria estadual da Cultura, a agenda foi organizada para contemplar os principais artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Com entrada gratuita, cada ação vai envolver integrantes da sociedade civil, representantes do governo e empresas, comunidade acadêmica e lideranças estrangeiras para o debate de pautas globais e urgentes como o assédio sexual, as cotas raciais, a homofobia, a causa de refugiados e imigrantes, entre outras que tratam os artigos da declaração estabelecidos como direitos fundamentais e ainda violados mundo afora.
Os encontros de “O Mundo que Queremos” serão realizados próximas a datas comemorativas, como neste Dia Internacional da Mulher. O próximo encontro vai lembrar os 130 anos da abolição da escravidão no Brasil e está marcado para o próximo dia 13 de maio (Abolição da Escravatura no Brasil).
Na sequência, acontece em 28 de junho (Dia Internacional do Orgulho LGBT), 9 de agosto (Dia Internacional dos Povos Indígenas), 21 de setembro (Dia Internacional da Paz) e 10 de outubro (Dia Internacional da Menina). No dia 10 de dezembro, o último evento vai reunir todos os parceiros e demais convidados para uma grande festa reflexiva em celebração às sete décadas da assinatura do documento.
Interessados em participar desta agenda anual – consulados, câmaras de comércio, fundações, organizações não governamentais e demais entidades – devem entrar em contato pelo e-mail: aeai@sp.gov.br.