Recentemente, o senador da Flórida introduziu a lei SB 1190, que tem como objetivo diminuir a transmissão da doença dos legionários por torres de resfriamento.
Neste artigo, vamos entender o risco do desenvolvimento de Legionella em torres de resfriamento e quais procedimentos, entre eles a higienização, devem ser adotados para remediar a sua presença.
Como ocorre o desenvolvimento de Legionella em torres de resfriamento?
As torres de resfriamento, utilizam processos físicos da água industrial para realizar a sua refrigeração. Por isso são locais úmidos, quentes e periodicamente estáticos, ideais para o desenvolvimento de biofilmes e crescimento de diferentes microrganismos.
Tais sistemas têm sido identificados como fonte de propagação de Legionella. A presença dessas bactérias configura um problema sério de Saúde Pública, uma vez que, podem ser inaladas em partículas suspensas de aerossóis das Torres de Resfriamento.
O que aconteceu na Flórida?
Estima-se que as torres de resfriamento causam quase metade dos surtos registrados. Um relatório de 2019 da “National Academies of Sciences” estimou que os números de casos nos Estados Unidos variam de 52.000 a 70.000 por ano. Segundo esse estudo a Flórida foi responsável por 5% dos casos em 2018. Em vista desses dados alarmantes, notou-se a necessidade de regulamentar, cuidados para evitar a presença de Legionella em torres de resfriamento.
O que a SB 1190 exige?
- Os proprietários das torres de resfriamento terão que registrá-las no Departamento de Saúde;
- A aplicação de um Programa de Segurança de Água, nas torres existentes e recém-instaladas;
- Exige a realização de análises de cultura de Legionella, conduzidas por laboratórios ambientais certificados;
- Autoriza a fiscalização de um agente de saúde, sem aviso prévio, nas torres de resfriamento.
E a Legionella no Brasil?
No Brasil a Legionella é um problema de saúde pública ainda pouco prevenido e divulgado. Alguns estudos analisaram 67 amostras de água de reservatórios, torres de resfriamento, clínicas dentárias, sistemas de aquecimento e condensadores na cidade de São Paulo: o gênero Legionella foi isolado em nove amostras. Os resultados das pesquisas demonstraram, que equipamentos necessitam de uma melhor manutenção preventiva.
Quais cuidados devemos ter com as Torres de Resfriamento?
A melhor forma de prevenção é implementar um Programa de Segurança em torres de resfriamento. Pensando nisso, vamos dar algumas medidas de controle podem ser aplicadas, para limitar o crescimento e a propagação de Legionella, tais como:
1. Higienização de Torres de Resfriamento: Para remover incrustações, Biofilmes e remover as células bacterianas de Legionella ali albergadas.
- De maneira geral, recomendamos a Higienização de Torres de Resfriamento, sempre que:
- Na instalação: evitando-se a possíveis contaminações durante a sua montagem;
- Quando esteve parada mais de um mês e retoma de novo o seu funcionamento;
- Após alterações estruturais da constituição ou reparações profundas.
2. Análises de água: A realização periódica de análises de água, ajuda a verificar a presença das células bacterianas de Legionella de vida livre. As análises são o primeiro passo para medidas corretivas.
- Chiller;
- Biofilme do meio de enchimento: para averiguar a presenças de Legionella, e de outros microrganismos;
- Tabuleiro inferior da torre de arrefecimento;
- Circuito de retorno da água de arrefecimento.
3. Dosagem de Biocida (cloração): fazer a manutenção da concentração de solução biocida adequada nos sistemas de água ajuda a diminuir a presença de Legionella de vida livre.
O nível de cloro residual livre na água do circuito deve estar entre 0,5 e 1 mg/L, para valores de pH entre 7 e 8. Essas concentrações não devem ser maiores, para evitar a corrosão do sistema pelo tratamento;
4. Registo da manutenção de cada instalação, onde se assinale todas as incidências, atividades realizadas, resultados obtidos e as datas de paragem e arranque da instalação, incluindo a causa da ocorrência.
Importante ressaltar que, além do surgimento de contaminações microbiológicas (Legionella), a falta de higienizações periódicas em torres de resfriamento contribui para a perda eficiência nos processos de troca de calor, perda de vazão, aumento do custo com energia e corrosão.
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Este texto foi originalmente desenvolvido pela empresa Microambiental.