Dia das mães: dores na coluna são comuns na gravidez

Após o parto, os cuidados devem ser tomados na hora de carregar a criança no colo ou se debruçar sobre o filho

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As dores nas costas que surgiram na gravidez da publicitária Tatiane Assis, de 34 anos, grávida de 6 meses da Júlia, é um problema que não tem deixado a carioca aproveitar a gestação da tão sonhada filha menina.

Ela relata que sente fortes dores lombares principalmente quando anda e esse desconforto começou aos 3 meses de gestação. “Eu não consigo nem varrer a casa sinto tudo travado. Eu procuro suportar porque não é bom ficar tomando remédio assim. Tô grávida. “

A gravidez foi uma surpresa agradável para o casal que já tem um menino. Tatiane diz que por conta do susto da gravidez não planejada não conseguiu se preparar fisicamente e nem psicologicamente para essa gestação .” A gravidez da Júlia tem sido muito diferente da primeira. Eu consegui me preparar antes mas agora não. Eu estou feliz pela chegada da minha filha menina mas está sendo muito difícil. Eu procuro suportar a dor mas já fiquei travada na rua e tive que ser socorrida pela minha mãe. “

O neurocirurgião, Adriano Scaff, especialista em coluna, conta que as queixas de dores nas costas durante a gravidez são comuns e que, por conta da gestação, o tratamento precisa de orientação e acompanhamento médico para que não comprometa a saúde da mãe e do bebê.

“Enquanto a mulher já tem uma dor nas costas, mesmo que não seja intensa, durante a sua vida, com a gravidez a chance de aumentar esta dor é grande. Desta forma é orientado, quando a gravidez é planejada, uma fase de preparo muscular, com fortalecimento específico da musculatura da coluna antes de engravidar.”- destaca o Médico.

O especialista ainda destaca que um auxilio fisioterápico e medico é recomendado. Mas na maioria das vezes isto não acontece. Hoje, com a correria do dia a dia não nos dedicamos a cuidar bem da saúde e neste caso da saúde da coluna.

Com isso, em alguns casos, a dor pode piorar, isto é, aquela dor leve que acompanhava a pessoa no dia a dia pode se intensificar, ser tão intensa que só o uso de medicação pode não surtir efeito.

“São dores tão intensas que a pessoa fica acamada, não dorme pela dor e não pode ser medicada com medicamentos específicos porque podem prejudicar a formação do feto. Quando isso acontece, podemos fazer um bloqueio da dor, que irá “desinflamar” a coluna da gestante, podendo aliviar ou mesmo resolver o quadro de dor intensa.”

Após o parto as dores na coluna podem persistir

Após a melhora da dor, a mãe tem que ser estimulada a fazer um fortalecimento da coluna, específico para a gestante. Após o parto começa uma nova fase na vida da mulher, a de cuidar do bebê. Quando isso acontece mais uma vez a coluna é sobrecarregada e podem ocorrer novas crises de dor, por exemplo quando a mãe vai colocar o bebê no berço.

Neste momento existe uma flexão da coluna ( envergar para frente ) associada ao carregar o peso do bebê. Esta é a combinação perfeita para que a coluna seja sobrecarregada e possa vir a “travar”. Cuidados com ergonomia tem que ser tomados para evitar esta situação.

Mas depois do parto, se tiver dor forte não poderia tomar medicamentos? Nesta situação, novamente tem que se evitar os medicamentos, pois eles não passam através da placenta, como na gravidez, mas passam através do leite materno.

O especialista aponta as causas mais comuns que podem desencadear dores na coluna em cada fase da vida da mulher:

Adolescência: por conta das alterações hormonais, o início do ciclo menstrual é um período propenso em que podem surgir dores nas costas, principalmente de origem muscular. O crescimento dos seios podem contribuir para o estresse na coluna, causando deformidades.

Juventude: o foco nos estudos e a preocupação em relação a vida amorosa levam muitas mulheres a apresentar dores na região cervical provenientes, principalmente, do estresse emocional. As temidas dores na coluna também podem ser o principal motivo da enxaqueca.

Fase Adulta: os problemas na coluna estão normalmente relacionados à carreira e aos compromissos de trabalho. Começando pelos erros de postura durante a realização das atividades diárias e passando até pelo tipo de calçado usado ao longo do dia, o salto alto, por exemplo, pode desestabilizar o corpo e afetar a coluna. O sedentarismo é a principal causa de dor na mulher, que hoje está cada vez mais inclusa no mercado de trabalho, acumulando suas atividades de dona de casa e não tendo tempo para exercitar-se., levando as dores na musculatura e na coluna.

Terceira idade: apesar de afetar ambos os sexos, as dores na coluna são mais comuns entre as mulheres que tem o esqueleto anatomicamente mais frágil, principalmente por conta da osteoporose que atinge mais as mulheres e pode ocasionar fraturas da coluna.

Saiba mais sobre o Dr. Adriano Scaff

O Dr. Adriano Scaff é formado em Neurocirurgia pelo Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP. Mestre em Cirurgia pelo Departamento de Cirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP.
Fellowship em Cirurgia Minimamente Invasiva da Coluna Vertebral – Universityof Florida – USA. Fellowship em Dor pelo Hospital Maasland – Sittard – Holanda. Coordenador do Curso de Formação em Técnicas Minimamente Invasivas da Coluna.
Diretor/Secretário do Comitê de Cirurgia Minimamente Invasiva da Sociedade Brasileira de Coluna.
Diretor/Secretário da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor. Membro do Centro de Tratamento Integrado da Dor em São Paulo.
Está entre os médicos citados pelo Programa Bem Estar da Rede Globo no livro ‘Coleção Bem Estar – Dor de Cabeça e Dor nas Costas’, Réptil Editora, 2017.

Facebook: https://www.facebook.com/centroespecializadoemcolunaedor/

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