Poluição do ar custará US$ 225 bilhões até 2020. Empresas buscam reverter cenário

No Brasil, principal agente poluidor é o setor de transportes. Especialista defende tecnologia que evita deslocamentos desnecessários como auxiliar no processo de melhoria da qualidade do ar.

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A poluição do ar tem custo estimado e US$ 235 bilhões só na região da União Europeia, segundo estudo da Agência Ambiental Europeia (AAE). Globalmente, a estimativa é que tais gastos cheguem a US$ 225 bilhões até 2020 somente no que tange a doenças causadas pela má qualidade do ar respirado, conforme indica o Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME).

No Brasil, o cenário não é melhor: uma pesquisa da USP indica que a poluição atmosférica poderá matar até 256 mil pessoas nos próximos 16 anos no Estado de São Paulo, gerando um gasto público superior a R$ 1,5 bilhão.

Se na Europa a maior causa da poluição são usinas, carvoaria e atividade industrial, no Brasil o principal agente poluidor é o setor de transportes, conforme o Ministério do Meio Ambiente e da Agência Nacional de Petróleo. Em paralelo, o Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários indica que o país possui uma frota estimada em mais de 36 milhões de veículos, tanto de transporte individual, quanto coletivo e de carga, e que estes são responsáveis por 90% das emissões de gases poluentes e de CO2 do país.

O relatório Estimativas Anuais da Emissão de Gases de Efeito Estufa para o Brasil, realizado pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), indica que os transportes respondiam, até 2013, por 80% da emissão de CO2 e outros gases maléficos à qualidade do ar no país, e que de lá para cá, com aumento da frota nas ruas e estradas, o percentual só cresceu.

“E o pior é que, deste total, só 20% das emissões vêm do transporte coletivo, sendo o restante legado a automóveis e motocicletas”, afirma Roberto Jacobauskas Jr., Sales Manager da EdgeData Communications, empresa brasileira especializada em tecnologia para videoconferência profissional.

O empresário faz parte da fatia corporativa que vem contribuindo para melhorar os índices de qualidade de ar no país. Há pouco, a EdgeData alcançou a certificação Carbon Free, concedida pela Iniciativa Verde, por ter compensado a emissão de 1,33 toneladas de gases de efeito estufa decorrentes de sua atividade anual, por meio do plantio de 9 árvores nativas em uma área de mata ciliar degradada.

O projeto de plantio é identificado e rastreado pela Iniciativa Verde, conforme o Diretor Técnico da organização, Lucas Carvalho. “Esta certificação tem a finalidade de sinalizar a participação das empresas em uma determinada atividade em nosso programa voluntário de compensação de emissões de gases de efeito estufa. Por isso, o uso da logomarca Carbon Free só é permitido a companhias que cumprem este papel”, comenta o gestor.

Além do projeto de plantio de árvores, a EdgeData também participa de iniciativas de redução da emissão de gases poluentes por meio da tecnologia de videoconferência profissional com que trabalha.

Com recursos que permitem a realização de reuniões à distância com alta qualidade de som e imagem, bem como ferramentas de colaboração para possibilitar o trabalho integrado de equipes dispersas geograficamente, as soluções reduzem consideravelmente a necessidade de deslocamento dos usuários.

“Esta tecnologia traz não apenas benefícios aos negócios, mas também ao meio-ambiente. Muitos não sabem, mas o Brasil concentra duas das cidades com mais alto gasto de tempo em trânsito do mundo: Rio de Janeiro, na 3ª posição do ranking, e Salvador, no 5º lugar. E ainda tem São Paulo, onde as pessoas perdem 45 dias por ano no trânsito, conforme medição do Ibope”, informa Jacobauskas Jr. “Reduzir a necessidade de deslocamento é contribuir diretamente para diminuir o impacto dos transportes na emissão de gases poluentes. Isso faz parte de nosso compromisso como empresa e como cidadãos”, complementa.

Um compromisso que vem ganhando corpo nacionalmente: nos últimos 10 anos, o número de funcionários de empresas brasileiras trabalhando em um formato flexível, que mistura home office full time com modelos híbridos, subiu de 9% para 37%. Entre os empresários, 1 a cada 4 já emprega em home office ou pretende fazê-lo com até 75% de sua força de trabalho em dois anos, segundo levantamento da SurePayroll.

“É uma responsabilidade que precisa ser assumida por todos. Além de melhorar a qualidade do ar, a redução no uso dos transportes e o plantio de árvores, entre outras iniciativas voltadas à preservação ambiental, são investimento em toda a sociedade”, conclui Jacobauskas Jr.

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