Rebaixamento da nota soberana do País irá impactar o ritmo da economia?

Antônio Bento é CEO da IBS-Energy e possui 30 anos de experiência em gestão empresarial e governança corporativa, com atuação em negociação e instalação de joint ventures do setor automotivo, dirigindo operações no Brasil, Estados Unidos, Argentina e China.

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Faço parte de um grupo de brasileiros confiantes e otimistas com o que o país pode fazer. Fico tentado a acreditar que a economia começa a se deslocar da política. Empresários e o cidadãos, em geral, tem dado sensível contribuição para essa mudança tão importante e esperada.

Parece não haver nenhuma dúvida que a economia dá sinais evidentes de recuperação – ainda que partindo de um verdadeiro “fundo do poço”. Alguns fatores mostram isso, como o PIB de 2017 que deve fechar em torno de 0,6% após queda de 3,7% em 2016. A produção industrial cresceu 1,1% em 2017 e as previsões para 2018 apontam para um crescimento de 2,6%. As commodities, principalmente as agrícolas, continuam muito bem e este ano tudo indica que teremos a segunda maior safra da nossa história.

Embalada por um crescimento das exportações, a indústria automotiva fecha 2017 com crescimento ao redor de 24% com relação a 2016 e continuará crescendo em 2018. E, falando de nosso segmento voltado a soluções integradas de energia, também mostra panorama positivo, uma vez que nossos clientes consumiram mais 8% de energia em 2017, com relação a 2016.

Com isso, há razões de sobra para otimismo. Vamos continuar crescendo! No entanto, merece consideração o recente rebaixamento da nota soberana do Brasil, feito pela agência Standard & Poors. A sinalização é muito ruim e contrasta com minha opinião otimista sobre a economia se descolando da política. O anuncio da S & P não abalou os mercados: o dólar fechou em baixa – cotado a R$ 3,20 – e o índice Bovespa se manteve na casa dos 79 mil pontos.

No entanto, a principal razão para o rebaixamento anunciado não foram os fundamentos econômicos, mas sim os políticos. A agência colocou em dúvida se a classe política dominante será capaz de se unir para promover as reformas que o país tanto necessita, ainda que ninguém espere isso neste ano eleitoral. Minha leitura ainda é que a economia dá sinais reais de se descolar da política. Porém, parece que a política insiste em não se descolar da economia.

Bem, esse é um panorama com o qual aprendemos a lidar e, acho eu, com sucesso. Então, nos resta manter o rumo, cuidando dos nossos negócios e surfando na boa onda. Sem deixar de considerar o ensinamento popular: “Um olho no peixe fritando e o outro no gato do lado!”.

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