Transformação de resíduos sólidos de produção em novos produtos gera receita para empresas

Segundo o INEI – Instituto Nacional de Empreendedorismo e inovação, Negócios 2.5 são empreendimentos ao mesmo tempo sociais e comerciais, cujo negócio tem fins lucrativos e, simultaneamente, está relacionado ao desenvolvimento social e ambiental sustentável.

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“A Terra, nossa casa, parece transformar-se cada vez mais num imenso depósito de lixo” Papa Francisco

Um dos mais graves problemas da atualidade é o crescimento da produção de resíduos sólidos e a sua destinação, questão relacionada à lógica de produção e consumo contemporânea. Isto é o que aponta a Cartilha “Para evitar o desastre: como construir a sociedade do bem viver”, um estudo realizado em 2017 pela ABONG – Organizações em Defesa dos Direitos e Bens Comuns.

Segundo a cartilha da ABONG, desde 2010 está em vigor a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que precisa ser implementada em seus diferentes aspectos, desde a inclusão social de catadores/as de material reciclável e a criação de oportunidades de geração de trabalho e renda, até a atribuição de responsabilidades à população e aos diferentes agentes públicos e privados. No Brasil, a cada dia, são gerados 201.058 toneladas de resíduos sólidos urbanos, o que dá uma média per capita de 1,228 Kg/dia.

Para o Papa Francisco, “A Terra, nossa casa, parece transformar-se cada vez mais num imenso depósito de lixo. A isto vem juntar-se a poluição que afeta a todos, causada pelo transporte, pela fumaça das indústrias, pelas descargas de substâncias que contribuem para a acidificação do solo e da água, pelos fertilizantes, inseticidas, fungicidas, pesticidas e agrotóxicos em geral.” (Laudato Sí, 20). Laudato Si’ (português: Louvado sejas; subtítulo: “Sobre o Cuidado da Casa Comum”) é uma encíclica do Papa Francisco, na qual o papa critica o consumismo e desenvolvimento irresponsável e faz um apelo à mudança e à unificação global das ações para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas.

Na busca de soluções para o problema dos resíduos sólidos no Brasil, empresas geradoras de resíduos sólidos investem em alternativas adequadas do ponto de vista técnico e financeiro. Com o acompanhamento e a certificação de parceiros como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Instituto de Pesquisas Tecnológica de São Paulo (IPT-SP), o Laboratório Senai, a Bio8, uma Startup Cooperativa situada em São Leopoldo/RS, vêm desenvolvendo soluções para a gestão de resíduos sólidos da produção.

Um dos responsáveis pela orientação técnica da cooperativa, o Engenheiro Ambiental e pesquisador na área de resíduos Heitor Campana, explica que o processo desenvolvido pela Bio8 apresenta um modelo único no Brasil, pois a gestão proposta permite o desenvolvimento de pesquisas e inovação de processos que possibilitam uma importante abertura no mercado de insumos e produtos de diferentes tipos.

Desenvolvedor de equipamentos de reciclagem há 28 anos, Mauro Veiga, um dos diretores da cooperativa, também ressalta a importância de encontrar soluções para a diminuição de aterros. Para o empreendedor, essa máquina patenteada pode se configurar como uma ferramenta de solução socioambiental e financeiramente viável para o adequado gerenciamento de resíduos por empresas e municípios. “A Alawik é um maquinário simples e fácil de operar, consistindo em uma misturadora que processa diferentes tipos de polímero, como PE, PS, PP, ABS e PVC, e resíduos sólidos – papel, papelão, serragem em geral, pó de MDF, pó de borracha de pneu, EVA, isopor, espuma e poliuretano -, transformando-os em uma matéria-prima reciclada, que moldada em uma prensa hidráulica possibilita a manufatura de diferentes tipos de peças para comercialização ou utilização no próprio município, como tijolos, telhas, meio-fio para loteamentos, placas de trânsito e sinalização, caixas, bancos, comedouros para animais, caixas de cimento para construção civil, placas divisórias, potes.

Além disso, destaca Mauro, o sistema de prensagem dispensa o uso de injetoras e mão de obra qualificada, reduzindo custos e simplificando a confecção de peças. “Estamos propondo uma revolução para o tema de resíduos, com o desenvolvimento de uma ferramenta que pode solucionar o atendimento da Política de Resíduos Sólidos das empresas e dos municípios nos próprios locais, acarretando ganhos econômicos e socioambientais”, destaca. São realizados testes de resíduos sólidos, elaborando-se uma análise industrial de incorporação de resíduos sólidos diversos em massa polimérica termoplástica. “Desta forma, é possível atender a diversas demandas das empresas”, propõe.

A Bio8 acredita que todos são eternamente responsáveis pelos resíduos que geram e que os geradores devem ser apoiados para que transformem seus passivos em ativos. A Startup oferece assistência técnica e suporte, testes em laboratório próprio, acesso ao banco de resíduos, orientações para certificações, desenvolvimento de produtos, orientações para projetos sociais, marketing verde e de conteúdo.

Mais informações: www.bio8.com.br.

Website: http://bio8.com.br/

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